China e Sérvia reafirmam "amizade" entre os dois países em Belgrado
O Presidente chinês e o seu homólogo da Sérvia reafirmaram hoje em Belgrado a amizade entre os dois países e as sólidas relações entre a China e o país dos Balcãs, candidato à União Europeia (UE).
© Amir Hamzagic/Anadolu via Getty Images
Mundo China/Sérvia
Xi Jinping chegou na noite de terça-feira à Sérvia proveniente de França, numa visita dominada por diferendos comerciais e a guerra na Ucrânia.
Milhares de pessoas concentraram-se hoje frente ao palácio presidencial para presenciar uma cerimónia de boas vindas, agitando bandeiras dos dois países e antes do início das conversações oficiais, indica a agência noticiosa Associated Press (AP).
Ao dirigir-se à multidão, Aleksandar Vucic considerou Xi um amigo indefetível e considerou a visita histórica por abrir caminho a relações ainda mais próximas.
"Estamos a escrever hoje a história, apesar de não parecer a muita gente", disse Vucic. Agradecemos ao Presidente Xi. Não se deslocava à Europa há cinco anos e escolheu de novo a nossa pequena Sérvia".
No início do encontro oficial de hoje, Xi reafirmou a "amizade entre o povo sérvio e o povo chinês" e que provoca "uma extrema impressão em mim", de acordo com a televisão estatal RTS.
Xi desloca-se no final da tarde de hoje à Hungria, última etapa da sua visita à Europa, e também considerado um dos mais fiéis parceiros de Pequim.
A China tem disponibilizado milhares de milhões de euros em investimentos e empréstimos dirigidos à Sérvia, em particular na indústria mineira e em infraestruturas. Os dois países assinaram um acordo de parceria estratégica em 2016 e um acordo de livre comércio em 2023.
A Sérvia, um país central na região dos Balcãs, tem sido decisivo para a iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas "Uma Faixa, Uma Rota", destinada a aumentar a influência económica de Pequim na Europa.
Xi também se deslocou à Sérvia numa data simbólica -- o 25º aniversário do bombardeamento da embaixada chinesa em Belgrado por aviões norte-americanos durante a intervenção da NATO em plena "guerra do Kosovo" -- e que vitimou três cidadãos chineses.
O incidente contribuiu para o reforço das relações políticas entre a China e a Sérvia.
Empresas chinesas dirigem a maior mina de cobre e o principal complexo siderúrgico na Sérvia, e também estão a construir dezenas de novas estradas e autoestradas no país, para além de uma moderna linha de caminho-de-ferro em direção à vizinha Hungria.
"A nossa relação bilateral ultrapassou o teste das alterações das relações internacionais e tornou-se num exemplo das relações Estado a Estado", disse Xi numa declaração publicada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Em 2014, a Hungria e a Sérvia concluíram um acordo com Pequim para a modernização da ligação ferroviária entre Budapeste e Belgrado, no âmbito do plano "Uma Faixa, Uma Rota" que prevê a ligação ao porto grego do Pireu, controlado pela China, e ponto de entrada dos produtos chineses para a Europa central e do leste.
Após diversos atrasos, prevê-se que este projeto, avaliado em cerca de dois mil milhões de euros, fique concluído em 2026.
Na sua intervenção, Vucic pediu o apoio de Pequim face às "pressões" que Belgrado enfrenta devido à sua "política autónoma", mas sem especificar a sua origem.
"Como pequeno país, enfrentamos as pressões provenientes de diversas partes pela política autónoma que praticamos, e dirigimo-nos a si, estimando Presidente Xi, e aos seus colaboradores, para pedir apoio", disse Vucic, citado pela agência noticiosa Efe.
Apesar de não precisar a origem das pressões, o Presidente sérvio tem-se referido em diversas intervenções às insistências ocidentais para que o país adira às sanções ocidentais impostas à Rússia na sequência da invasão militar da Ucrânia.
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