Comissão Europeia pede investigação a violência policial croata
A Comissão Europeia manifestou-se hoje preocupada com acusações de violência da polícia croata contra migrantes, pedindo uma "investigação cabal".
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Mundo Migrantes
Questionada pela organização não-governamental Amnistia Internacional (AI) sobre violência perante migrantes na Croácia, a Comissão Europeia mostrou preocupação e disse repudiar qualquer forma menos adequada de tratamento de populações vulneráveis.
"Estamos muito preocupados com essas alegações", disse Adalbert Jahnz, porta-voz da Comissão Europeia, durante uma conferência de imprensa.
"Violência, humilhação e tratamento degradante de requerentes de asilo e migrantes não têm lugar na União Europeia e devem ser condenados", acrescentou o porta-voz, explicando que será pedida uma "investigação cabal" aos incidentes.
A AI acusou a União Europeia de "ignorar deliberadamente" esses atos de violência por parte das autoridades croatas e pediu a Bruxelas que investigasse os "abusos" que têm sido relatados pelos meios de comunicação e por organizações não-governamentais.
"A União Europeia não pode continuar em silêncio e deliberadamente ignorar a violência e os abusos cometidos pela polícia croata na fronteira", disse Massimo Moratti, vice-diretor da antena europeia da AI, num comunicado.
A Comissão Europeia disse estar "em estreito contacto" com as autoridades croatas, tendo estas assumido o compromisso de investigar as acusações de maus-tratos na fronteira com a Bósnia.
"Estamos a aguardar que essas acusações sejam totalmente investigadas e que todas as ações necessárias sejam tomadas", disse o porta-voz do executivo comunitário.
A Comissão também tenciona enviar, logo que a crise sanitária provocada pela pandemia de covid-19 o permita, uma missão para o local, no âmbito de um mecanismo de monitorização do respeito pelos direitos fundamentais por parte das autoridades de fronteira, vinculado à alocação de fundos europeus.
A AI - que já denunciou no passado esse tipo de violência sistematicamente negada pelas autoridades croatas -- retomou as denúncias após um episódio de violência policial ocorrido no final de maio.
Segundo essa denúncia, divulgada na noite de quinta-feira, 16 migrantes paquistaneses e afegãos foram "amarrados e brutalmente espancados" pela polícia croata, depois de atravessarem ilegalmente a fronteira.
O Ministério do Interior croata negou essas alegações, dizendo não ter provas dos atos de violência por parte das autoridades de segurança fronteiriça.
Segundo a AI, a polícia croata também "espalhou comida nas cabeças ensanguentadas (dos migrantes) para os humilhar".
A organização cita médicos bósnios e vários migrantes que disseram ter sido espancados com "paus de ferro, cassetetes e pistolas" antes de serem devolvidos à Bósnia.
Milhares de migrantes atravessam anualmente a "rota dos Balcãs" para tentar chegar à Europa Ocidental, com grande parte deles a passar pela Croácia, um país membro da União Europeia.
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