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Frustrada invasão marítima foi financiada pelo regime, afirma Guaidó

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, disse hoje que a frustrada invasão marítima do país, em 3 e 4 de maio, pela qual 93 pessoas foram detidas, foi financiada pelo regime de Nicolás Maduro, que teve conhecimento dela previamente.

Frustrada invasão marítima foi financiada pelo regime, afirma Guaidó
Notícias ao Minuto

23:50 - 20/05/20 por Lusa

Mundo Venezuela

"Ao único que serviu a Operação Gedeón foi ao regime de (Nicolás) Maduro, para usá-la como propaganda, para vitimizar-se a nível internacional, e acusar novamente a alternativa democrática, para continuar a perseguir a oposição", afirmou Juan Guaidó.

O líder opositor falava durante o encontro virtual "Conversando com Guaidó", organizado desde Washington pelo Centro de Estudos de Diálogo Interamericano, moderado pela ex-Presidente da Costa Rica Laura Chinchilla.

Juan Guaidó precisou que, devido à perseguição, 37 deputados da oposição estão no "exílio, com a imunidade parlamentar violada, e há 402 presos políticos na Venezuela".

"Em 03 de maio acordámos com uma suposta invasão da qual não tínhamos informação. Uma lancha pequena com oito pessoas era recebida com disparos pelos organismos repressivos da ditadura como as Forças de Ações Especiais. Em 04 de maio chegou outro barco pequeno com entre oito e 12 pessoas e a ditadura fala da Operação Gedeón, na qual negamos ter participado", adiantou.

Segundo Guaidó, há 39 dias o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello, disse à televisão venezuelana que a operação "não apenas foi infiltrada, mas financiada pela ditadura".

Guaidó acrescentou hoje que parte da sua equipa se reuniu, no passado, com algumas das pessoas que participaram e assumiram a operação, mas nega ter quaisquer ligações.

O líder da oposição sublinhou que a política da oposição tem por base forçar o Governo do Presidente Nicolás Maduro e a Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime) a negociar, apesar de os diálogos anteriores terem fracassado.

"A melhor resolução para um conflito é a negociação. Por isso falamos de forçar uma negociação, porque voluntariamente provaram (no Governo) não ter nenhum tipo de consideração com os venezuelanos", acrescentou.

Pelo menos 93 pessoas foram detidas por alegadamente estarem envolvidas numa tentativa de invasão falhada da Venezuela, ocorrida em 03 e 04 de maio.

Entre os detidos estão dois antigos soldados norte-americanos, Luke Denman e Airan Berry, acusados de "terrorismo, conspiração, tráfico de armas de guerra e associação de malfeitores", que arriscam 30 anos de prisão.

Os venezuelanos foram igualmente acusados de "conspiração com Governo estrangeiro", nomeadamente os Estados Unidos e a Colômbia, além de outros crimes.

Entre os detidos está também Alcalá Cordones, sobrinho do antigo general venezuelano Clíver Alcalá, a quem as autoridades venezuelanas acusam de ter planeado os ataques e de estar envolvido no tráfico de droga.

Cordones foi um colaborador próximo de Hugo Chavéz, ex-Presidente venezuelano, que morreu em 2013, tendo-se distanciado de Nicolás Maduro, no poder desde a morte de Chavéz.

O Governo venezuelano compara a frustrada invasão marítima da Venezuela à tentativa de invasão da "Baía dos Porcos", em Cuba, em 1961.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou assumir as funções de presidente interino do país até convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.

Guaidó conta com o apoio de quase 60 países.

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