Europeus preparam "ação comum" para evitar anexações na Cisjordânia
Um conjunto de países europeus está a preparar uma "ação comum" para tentar relançar as negociações entre israelitas e palestinianos, não excluindo uma "resposta imediata" no caso de Israel anexar territórios na Cisjordânia, disse hoje fonte oficial.
© Reuters
Mundo Cisjordânia
"Estamos a trabalhar com a Itália, Alemanha, Espanha e outros Estados membros [da União Europeia -- UE), Luxemburgo, Irlanda (...) para definir uma ação comum", disse o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, durante uma audição da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Assembleia Nacional.
O objetivo é "sentar todo o mundo à mesa das negociações", frisou Le Drian, que adiantou que se reunirá, dentro de alguns dias" com o seu homólogo israelita.
O chefe da diplomacia francesa evocou também a possibilidade de uma "resposta imediata" se a anexação se concretize.
Nesse sentido, e sem avançar pormenores, Le Drian salientou que estão também a trabalhar em conjunto para uma "ação comum de prevenção e, eventualmente, de resposta imediata se a aventura de uma tal decisão foi concretizada".
Desde domingo que Israel contra com um novo governo de unidade que consagra a partilha do poder entre o Likud (direita), de Benjamim Netanyahu, e da formação centrista Azul Branco, do antigo chefe do Exército Benny Gantz, que conta também com os respetivos aliados internos.
Em virtude do acordo entre Netanyahu e Gantz, o Governo tem agora de apresentar, a partir de 01 de junho próximo, uma estratégia para traduzir na prática o plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prevê a anexação israelita do Vale do Jordão (30% da Cisjordânia) e mais de 130 colonatos, bem como a criação de um Estado palestiniano num território amputado.
"Isso constitui, para nós, uma violação grave" do direito internacional e "porá em causa, de forma irreversível, a solução de dois Estados e a procura de uma paz duradoura", alertou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
Segundo Le Drian, a França está também em contacto com vários Estados árabes, sobretudo com a Jordânia e o Egito, signatários dos acordos de paz com Israel para que passem, eles próprios, as mensagens ao mais alto nível às duas partes em conflito.
O Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, renovou hoje as ameaças ao fim da cooperação securitária com Israel, face à insistência israelita de anexar os territórios ocupados na Cisjordânia.
Também hoje, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o emissário da ONU para o conflito no Médio Oriente, Nickolay Mladenov, exortou Israel a "abandonar as ameaças de anexações" e pediu aos líderes palestinianos a retomarem as negociações "com todos os membros do Quarteto".
"Apelo aos meus colegas do Quarteto [Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU] a trabalharem com as Nações Unidas para se chegar rapidamente a uma proposta que lhe permita desempenhar o papel de mediador e trabalhar em conjunto com os países da região para fazer avançar a paz", acrescentou Mladenov numa reunião do Conselho de Segurança.
O emissário da ONU adiantou que irá encontrar-se quinta-feira com dirigentes palestinianos para debater as consequências práticas do anúncio de Abbas, que não as especificou.
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