A fuga da substância química - estireno sintético - ocorreu quando os operários se preparavam para colocar em funcionamento a unidade fabril, que esteve fechada no âmbito das medidas de contenção da propagação da pandemia de covid-19.

O acidente provocou, na periferia da cidade de Visakhapatnam, no sudeste da Índia, a hospitalização de centenas de pessoas e muitos habitantes e animais caíram inconscientes nas ruas.

"A situação está melhor agora, mas não podemos dizer que já esteja completamente normal. A temperatura nos tanques de gás já baixou dos 120 graus Celsius, mas ainda temos de a descer para menos de 25 graus", afirmou hoje de manhã o oficial da polícia local Swaroop Rani.

"Dissemos às pessoas que foram afetadas que podem ir para casa de familiares ou para abrigos que montámos até que a situação esteja completamente normalizada", acrescentou.

O estireno é um composto orgânico tóxico usado em particular para a fabricação de poliestireno, conhecido como esferovite.

O material deve ser armazenado a uma temperatura abaixo de 17°C, mas o calor dentro de um tanque aumentou quando a fábrica estava parcialmente fechada, devido ao confinamento nacional decretado na Índia.

O calor provocou uma acumulação de pressão que levou a uma rutura de uma válvula, de acordo com os primeiros elementos da investigação, hoje divulgados.

A LG Chemicals anunciou hoje que pediu à polícia que evacuasse uma área maior em torno da fábrica, garantindo, no entanto, que não houve nova fuga.

"Estamos só a tomar as medidas necessárias, como colocar água no tanque" para o esfriar, disse a empresa sul-coreana em comunicado.

A fuga de gás nesta fábrica foi a mais mortífera da Índia desde o desastre de Bhopal (cidade no centro do país), considerado um dos piores acidentes industriais da história.

Durante a noite de 02 a 03 de dezembro de 1984, houve uma fuga de 40 toneladas de gás de uma fábrica de pesticidas que causou cerca de 3.500 mortes em poucos dias, principalmente nos bairros pobres que estavam mais próximos, mas levou também à morte de outras 25.000 pessoas nas décadas que se seguiram.

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