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Nobel da Paz alerta que RDCongo tem de se "preparar para o pior"

O médico congolês e Nobel da Paz em 2018, Denis Mukwege, alertou hoje que o seu país, a República Democrática do Congo (RDCongo), terá de se "preparar para o pior" para conter a pandemia de covid-19 no país.

Nobel da Paz alerta que RDCongo tem de se "preparar para o pior"
Notícias ao Minuto

19:05 - 25/03/20 por Lusa

Mundo Covid-19

"A República Democrática do Congo, nosso país, não será poupada. Até agora, 48 casos positivos e quatro mortes foram contabilizadas. Temos de nos preparar para o pior, de forma a evitar um contágio maciço e a multiplicação dos casos", escreveu Mukwege, num comunicado hoje divulgado no portal da sua fundação.

O médico alertou que o país não dispõe de meios para realizar diagnósticos em larga escala ao novo coronavírus, o que limita a sua capacidade de saber quantas pessoas estão afetadas.

"É, portanto, muito difícil detetar quantos de nós já estão infetados", vincou Denis Mukwege.

O Nobel da Paz assinalou que a melhor maneira de evitar a propagação do novo coronavírus passa por "prevenção, vigilância pelos cidadãos e uma mobilização coletiva".

Denis Mukwege saudou a decisão do Presidente, Félix Tshisekedi, de proibir concentrações de pessoas, incluindo em escolas, igrejas e eventos desportivos, assim como a aplicação de restrições no acesso à RDCongo.

O médico elogiou também a nomeação do virologista congolês Jean-Jacques Muyembe, codescobridor do vírus do Ébola, em 1976, como coordenador da resposta ao novo coronavírus na RDCongo.

"Cada um de nós deve aceitar, pela duração desta crise, a adaptação dos nossos hábitos: evitar sair frequentemente e ficar em casa, adotar medidas de distanciamento social, como manter uma distância mínima de um metro, evitar cumprimentos e abraços", escreveu o Nobel da Paz.

O médico congolês assinalou também a importância de "medidas de higiene preventivas", como a lavagem regular das mãos.

"Queridos concidadãos, mulheres e homens, responsáveis políticos, líderes religiosos e tradicionais, líderes da sociedade civil e de movimentos sociais, profissionais de saúde, apelo-vos para que difundam mensagens de prevenção. Vamos unir esforços para estancar esta pandemia num espírito de responsabilidade e solidariedade com a comunidade internacional", conclui Mukwege.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia, cujo epicentro é atualmente a Europa.

O continente africano, atualmente o menos afetado, contabiliza pelo menos 64 mortos e 2.421 casos de infeção desde o início da pandemia, segundo dados do primeiro boletim diário do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana, que reporta dados registados até às 09:30 de Adis Abeba (06:30 em Lisboa).

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