Agências da ONU foram alvo de pirataria informática, diz relatório

Piratas informáticos infiltraram-se em agências da ONU, em Genebra e Viena, no ano passado, numa aparente operação de espionagem, não sendo ainda claros os objetivos, segundo um relatório confidencial das Nações Unidas.

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Lusa
29/01/2020 19:17 ‧ 29/01/2020 por Lusa

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Um documento confidencial interno das Nações Unidas, com conteúdo hoje divulgado pela agência noticiosa The New Humanitarian e visto pela agência Associated Press, revela que dezenas de servidores foram comprometidos, incluindo os da agência de Direitos Humanos da ONU, que colige dados confidenciais e muito sensíveis, admitindo-se que possa ter sido ação de um Estado.

Questionado sobre o relatório, um funcionário da ONU disse que tudo indica ter sido resultado de uma operação de piratas informáticos ('hackers') muito sofisticados e que a extensão dos danos é ainda incerta, não se conhecendo ainda que tipo de informações pessoais, secretas ou comprometedoras podem ter sido afetadas.

O nível de competência dos 'hackers' é tão elevado que as Nações Unidas admitem que possa haver um Governo por detrás desta ação de pirataria informática.

"É como se alguém tivesse andado na areia e depois varresse o seu percurso com uma vassoura", disse uma fonte oficial das Nações Unidas, referindo-se ao grau de limpeza que foi atingido com esta ação.

"Fomos invadidos", admitiu o porta-voz da agência de Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville, acrescentando que "nada de confidencial foi comprometido".

Mas a declaração de Colville parece contradizer um relatório confidencial, datado de setembro, que revela não se saber exatamente a dimensão da intrusão nos servidores da organização.

Jake Williams, CEO da empresa de segurança cibernética Rendition Infosec e um ex-'hacker' do Governo dos EUA, identificou a ação de pirataria como tendo a marca de vários 'hackers' muito sofisticados, que operam em países como os EUA, Rússia e China.

"A intrusão, definitivamente, parece espionagem", disse Williams, referindo-se aos procedimentos detetados.

O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que o ataque "resultou num comprometimento dos principais componentes da infraestrutura" e que poderá ter sido efetuada em julho e agosto, acrescentando que a organização ainda não tem dados suficientes para saber quem está por detrás desta operação.

"O dano relacionado a esse ataque específico foi contido e medidas adicionais de mitigação foram implementadas", explicou Dujarric, admitindo que a ameaça de futuros ataques permanece.

O documento interno do Gabinete de Informação e Tecnologia da ONU revelou que 42 servidores foram comprometidos e outros 25 foram considerados suspeitos de intrusão, nas agências de Genebra e de Viena.

Três dos servidores comprometidos pertencem à agência de Direitos Humanos, no escritório principal da ONU em Genebra, e dois foram usados pela Comissão Económica para a Europa, da ONU.

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