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França, Reino Unido e Alemanha pedem a Teerão regresso a acordo nuclear

Paris, 12 jan 2020 (Lusa) -- A França, o Reino Unido e a Alemanha pediram hoje ao Irão que volte a "cumprir em pleno" as suas obrigações decorrentes do acordo sobre o programa nuclear, ao qual Teerão decidiu renunciar na semana passada.

França, Reino Unido e Alemanha pedem a Teerão regresso a acordo nuclear
Notícias ao Minuto

17:59 - 12/01/20 por Lusa

Mundo EUA/Irão

"A nossa mensagem é clara: continuamos comprometidos com o acordo sobre o nuclear e com a sua preservação e instamos o Irão a reverter todas as medidas incompatíveis" com as medidas previstas no acordo, referem os responsáveis dos três países europeus numa declaração conjunta emitida no âmbito do aumento das tensões entre o Irão e os Estados Unidos.

"Pedimos ao Irão que se abstenha de adotar mais ações violentas e continuamos prontos para dialogar com o Irão a fim de preservar a estabilidade da região", acrescenta o documento.

O Irão anunciou no domingo passado que ia abandonar o tratado nuclear assinado em 2015, deixando de respeitar os limites relativamente ao enriquecimento e armazenamento de urânio.

O anúncio, divulgado pela televisão estatal do Irão foi feito depois de um responsável iraniano ter adiantado que o país estava a ponderar tomar medidas mais duras em retaliação pela morte do general iraquiano Qassem Soleimani num ataque dos Estados Unidos em Bagdad.

A televisão estatal iraniana citou a administração do Presidente Hassan Rouhani, para dizer que o Irão deixará de observar os limites de enriquecimento urânio, de armazenamento de urânio enriquecido, bem como na pesquisa e desenvolvimento de atividades nucleares.

O Plano Conjunto de Ação (ou Joint Comprehensive Plan of Action - JCPOA -, em inglês) é um acordo firmado a 14 de julho de 2015 em Viena pelo Irão e pelos países com assento no Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, e que visa restringir a capacidade do Irão desenvolver armas nucleares.

O comandante da força de elite iraniana Al-Quds, Qassem Soleimani, morreu na sexta-feira num ataque aéreo no aeroporto internacional de Bagdade que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O ataque provocou uma escalada de tensão na região com o Irão a garantir que o país e "outras nações livres da região" vão vingar-se dos Estados Unidos.

O acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irão e potências internacionais permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais ao país em troca do compromisso de Teerão de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.

O acordo nuclear foi concluído entre o Irão e o grupo 5+1, constituído pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha.

Mas em maio de 2018, Donald Trump anunciou que os Estados Unidos se retiravam do acordo e voltavam a aplicar sanções ao Irão.

Entre outras disposições, o acordo limita o número de centrifugadoras (utilizadas para enriquecer urânio) de que o Irão pode dispor a 6.104, contra 20.000 que tinha antes da aplicação do pacto.

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