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Catalunha: Ex-conselheira catalã entrega-se 5.ª feira às autoridades

A ex-conselheira catalã Clara Ponsati, alvo de um mandado de detenção europeu emitido pela justiça espanhola, irá entregar-se na quinta-feira à polícia escocesa, dando início ao processo com vista à sua extradição para Espanha, foi hoje divulgado.

Catalunha: Ex-conselheira catalã entrega-se 5.ª feira às autoridades
Notícias ao Minuto

17:02 - 13/11/19 por Lusa

Mundo Catalunha

A informação foi confirmada pelo advogado da ex-membro do executivo regional catalão (também designado como Generalitat) para a área da Educação, que deixou Espanha em 2017 depois do referendo sobre a autodeterminação da Catalunha e a consequente declaração unilateral de independência e que enfrenta, entre outras, as acusações de sedição e peculato.

Num comunicado, citado pela agência noticiosa espanhola EFE, o advogado Aamer Anwar confirmou que as autoridades do Reino Unido aceitaram o novo mandado de detenção europeu emitido no passado dia 05 de novembro pelo Supremo Tribunal espanhol, indicando que a sua cliente tenciona lutar contra a extradição.

Aamer Anwar precisou que Clara Ponsati irá entregar-se quinta-feira de manhã numa esquadra de polícia em Edimburgo, onde será detida.

Nesse mesmo dia, durante a tarde, a ex-conselheira catalã irá comparecer numa audiência num tribunal na capital escocesa, na qual o advogado pedirá que Clara Ponsati aguarde a decisão judicial em liberdade.

No comunicado hoje divulgado, Aamer Anwar assinalou que, apesar de ter sido admitido pelas autoridades britânicas, o mandado de detenção emitido por Espanha continua "cheio de contradições" e de "divagações", bem como ainda não clarifica quais são os crimes imputados à sua cliente.

O advogado afirmou que Clara Ponsati "rejeita completamente" o alegado crime de sedição, argumentando que o mandado de detenção manifesta "uma vingança motivada judicialmente".

Aamer Anwar avançou ainda que irá argumentar diante do tribunal escocês que Clara Ponsati, caso seja entregue ao Estado espanhol, "não tem garantido o direito a um julgamento justo", já que a maioria do governo regional catalão "já está preso ou no exílio".

Ponsati será submetida a "uma farsa de julgamento, em que o único veredicto possível é o de culpada", prosseguiu o advogado.

"Não é um crime votar pela independência e vamos opor-nos à extradição", reforçou Aamer Anwar, indicando que Clara Ponsati quer submeter o sistema de justiça espanhol a um escrutínio judicial e que está a considerar mesmo chamar determinados políticos espanhóis para testemunhar.

A justiça espanhola acusa a ex-conselheira dos crimes de sediação, desvios de fundos públicos, desobediência e prevaricação pelo seu papel no referendo sobre a autodeterminação da Catalunha de 01 de outubro de 2017, declarado ilegal pela justiça espanhola.

Após ter saído de Espanha em 2017, Clara Ponsati permaneceu alguns meses na Bélgica juntamente com o ex-presidente da Generalitat Carles Puigdemont e outros ex-conselheiros do executivo regional catalão.

Em março de 2018, Ponsati mudou-se para a Escócia, onde ingressou na Universidade de St. Andrews como professora de Economia.

É o segundo processo de extradição que Ponsati enfrenta na Escócia, após o primeiro ter sido anulado em julho de 2018, depois da justiça espanhola ter retirado um primeiro mandado de detenção europeu contra a política catalã.

A 14 de outubro deste ano, nove líderes independentistas catalães, que permaneceram em Espanha, foram condenados a penas entre os nove e os 13 anos de prisão por sedição e peculato.

Leia Também: Catalunha: Mandato de eurodeputado depende de votos e não de formalidade

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