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Sérvia diz que questão do Kosovo prejudica as economias regionais

O Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, disse hoje na Assembleia Geral da ONU que o crescimento económico da Sérvia e dos Balcãs está a ser comprometido pelo facto de ainda não ter sido solucionada a questão do Kosovo.

Sérvia diz que questão do Kosovo prejudica as economias regionais
Notícias ao Minuto

22:07 - 26/09/19 por Lusa

Mundo Aleksandar Vucic

Vucic defendeu a necessidade de alcançar um acordo para que nenhuma das partes ganhe tudo, mas ambas garantam o suficiente.

"Estamos a tentar promover uma solução duradoura de forma corajosa e realista. Ninguém pretende uma solução mais do que a Sérvia... por isso espero que as grandes potências compreendam e apoiem os nossos argumentos", assinalou.

"Acredito que é profundamente importante um acordo entre sérvios e albaneses para a estabilidade dos Balcãs", prosseguiu, para acrescentar que não pode negociar com quem diz que "o que é meu é meu e vamos falar do que é vosso".

As "medidas unilaterais" por Pristina, como a imposição de 100% de tarifas aos produtos da Sérvia, tornaram a situação mais difícil, mesmo que a Sérvia tenha respondido moderadamente sem impor contramedidas, referiu. O diálogo entre as duas partes, mediado pela União Europeia, permanece bloqueado.

Vucic discursou no terceiro dia da 74.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que decorre até 30 de setembro, com a presença de cerca de 150 chefes de Estado e de Governo.

Na sua intervenção nesta reunião anual dos líderes mundiais, o Presidente da Sérvia também considerou que a presença da Missão de Administração Interina das Nações Unidas no Kosovo (UNMIK) é necessária para garantia a segurança aos sérvios kosovares.

A "guerra do Kosovo" (1998-1999) entre as forças sérvias e os separatistas albaneses implicou com uma campanha de bombardeamentos da NATO contra a Sérvia, que culminou na assinatura do acordo de Kumanovo em junho de 1999, a retirada das forças sérvias e o estabelecimento de um "protetorado internacional". Esta província do sul da Sérvia com maioria de população albanesa declarou unilateralmente a independência em 2008, que não é reconhecida por Belgrado.

O Kosovo, que não tem assento na ONU, foi entretanto reconhecido por cerca de 100 países, com destaque para os Estados Unidos e a maioria dos países da UE. Rússia, China, Espanha, Roménia, Grécia, Índia ou África do Sul incluem-se entre os Estados que não reconhecem a independência kosovar.

Em paralelo, Vucic sublinhou que o seu Governo, dominado pelo Partido Progressista Sérvio (SNS, nacionalista conservador e pró-europeu), está a construir autoestradas para Pristina (capital do Kosovo) e a Bósnia-Herzegovina, e que foram promovidos acordos de cooperação com os primeiros-ministros da Albânia e da Macedónia do Norte.

"Ninguém deve recear a ideia de que está a ser formada uma nova Jugoslávia, ou que isso significa a expressão de hegemonia porque a ideia vem de Belgrado", sustentou, acrescentando que os esforços de cooperação regional não substituem a União Europeia mas são uma expressão da necessidade em proteger a região balcânica, até estar concluído o processo de adesão.

"Queremos que os Balcãs aceitem uma política de cooperação, paz e negociação", disse. Assegurou ainda que a Sérvia respeita a soberania e integridade territorial de todos os Estados-membros da ONU e que não reivindicará o que não lhe pertence.

Ao pronunciar-se em sérvio, conclui o discurso com a frase "Os Balcãs para os povos dos Balcãs, longa vida à Sérvia".

Após a intervenção, e em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado sérvio considerou que "o mundo pertence aos países livres, soberanos e independentes", e frisou que a Sérvia nunca poderá evitar a influência de potências estrangeiras, mas deverá ver o que pode fazer por si própria. "Somos um Estado soberano, e caso violemos a lei internacional, digam-nos", afirmou.

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