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Forças de segurança afegãs em alerta máximo para garantir eleições

O Governo afegão colocou hoje as forças de segurança em alerta máximo para garantir a realização das presidenciais marcadas para sábado, depois de os talibãs terem ameaçado usar violência para impedir as eleições.

Forças de segurança afegãs em alerta máximo para garantir eleições
Notícias ao Minuto

14:03 - 26/09/19 por Lusa

Mundo Afeganistão

"A partir de hoje, 72 mil membros das forças de segurança afegãs estão em alerta e serão colocados junto de todas as assembleias de voto das 34 províncias" do país, disse o porta-voz do Ministério da Administração Interna do Afeganistão, Nasrat Rahimi.

Soldados, polícias e membros dos serviços de informações do Estado foram destacados para estarem presentes nos 4.942 colégios eleitorais de todo o país, incluindo 9.884 mulheres que terão a responsabilidade de garantir a segurança das mulheres que forem votar, adiantou a mesma fonte.

Outros 30.000 membros das forças de segurança estarão de plantão para o caso de terem de ser chamados para responder a possíveis ataques talibãs, acrescentou Nasrat Rahimi.

Uma das medidas de segurança adotadas pelo Governo é a proibição, a partir das 17:00 locais (13:30 em Lisboa), da entrada de camiões em Cabul e de camionetas e carrinhas a partir de sexta-feira.

Os talibãs usam regularmente veículos nos seus ataques, sendo que, num dos episódios mais recentes, em 5 de setembro, uma carrinha conduzida por um homem-bomba matou 12 pessoas no centro de Cabul.

Além disso, a fronteira com o Paquistão, em Turkham (Leste do Afeganistão) estará fechada na sexta-feira e no sábado.

Segundo Nasrat Rahimi, o material eleitoral já foi distribuído nas 34 províncias.

Todas as medidas adotadas foram decididas na sequência de uma campanha eleitoral sangrenta, com vários ataques de grupos que se opõem à realização de eleições, as quartas desde a queda do regime talibã, em 2001.

Os talibãs voltaram hoje a ameaçar as eleições de sábado.

"Os 'mujahidin' do Estado Islâmico [como se autodenominam os insurgentes] querem travar este falso processo dos invasores norte-americanos e dos seus escravos servis com ataques a todas as forças de segurança e aos centros e gabinetes deste espetáculo", afirmou o porta-voz talibã, Zabihullah Mujahid, em comunicado hoje divulgado.

O mesmo porta-voz pediu aos afegãos que se "mantenham longe das assembleias de voto" e não se exponham ao perigo face aos ataques que os talibãs "irão cometer".

"Se houver vítimas, a responsabilidade será toda dos participantes neste processo dos Estados Unidos", sublinhou.

As ameaças dos talibãs coincidem com os alertas da missão da ONU no Afeganistão (UNAMA) sobre o número muito alto de mortes de civis durante a campanha eleitoral.

"O desprezo pela vida dos civis demonstrado pelas partes em conflito nos últimos dias, demonstrada sobretudo pelos ataques indiscriminados, é atroz", afirmou hoje o diretor da UNAMA, Tadamichi Yamamoto.

O atual Presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, que se candidatou a um segundo mandato, e o primeiro-ministro e ex-líder da resistência anti talibãs, Abdullah Abdullah, são os dois candidatos favoritos nas eleições.

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