Bomba de carbono pode ser detonada na Bacia do Congo

A organização não-governamental Greenpeance alertou hoje que a atividade industrial na maior reserva de turfa no mundo, na Bacia do Congo, pode fazer detonar uma bomba de carbono de 30,6 mil milhões de toneladas.

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© World Rainforest Movement

Lusa
28/06/2019 17:22 ‧ 28/06/2019 por Lusa

Mundo

Greenpeace

"A atividade industrial em turfeiras [na floresta da Bacia do Congo, a segunda maior do mundo] pode detonar uma bomba de carbono de 30,6 mil milhões de toneladas, acima das emissões anuais de 24 mil milhões de carros", refere a organização ambientalista, num comunicado hoje divulgado.

No mesmo documento, a organização não-governamental (ONG) pede aos governos da República Popular do Congo e da República Democrática do Congo (RDCongo) que proíbam toda a atividade industrial nas maiores turfeiras tropicais do mundo.

A turfa é um tipo de solo rico em dióxido de carbono, que consegue absorver melhor do que qualquer outro tipo de solo ou cobertura vegetal na Terra.

A posição da ONG surge na sequência de uma expedição, realizada em conjunto com cientistas das universidades de Leeds (Reino Unido) e de Kisangani (RDCongo), que investigou as turfeiras nas florestas da Bacia do Congo, numa área entre a RDCongo e a República Popular do Congo.

"As maiores turfeiras tropicais do mundo precisam de proteção contra a atividade industrial", referiu Irene Wabiwa, responsável da Campanha da Floresta do Greenpeace em África.

O professor Corneille Ewango, da Universidade de Kisangani (Unikis), afirmou, citado no documento divulgado pela ONG, que "as turfeiras são danificadas quando as terras vizinhas são afetadas - qualquer atividade industrial em larga escala na região afetará o aquífero que mantém esses ecossistemas vivos".

"Ainda sabemos muito pouco sobre o funcionamento das turfeiras na Bacia do Congo. É essencial que a comunidade científica possa estudar como essa imensa reserva de carbono pode continuar a desempenhar o seu papel na mitigação das alterações climáticas", advertiu Greta Dargie, da Universidade de Leeds.

"A proteção das turfeiras não deve ser apenas uma prioridade climática importante. É também uma questão de direitos humanos", acrescentou Guy Kajemba, representante da sociedade civil local que se juntou à expedição.

Kajemba sustentou que "as comunidades locais, cujos meios de subsistência dependem das turfeiras e da biodiversidade única desses ecossistemas, devem estar no centro de qualquer iniciativa voltada para a sua gestão".

O Greenpeace África luta desde 2018 contra a atribuição das concessões florestais e a exploração de petróleo alocada pela RDCongo e República do Congo e salientam que essas atividades ameaçam os ecossistemas.

As áreas congolesas em que se focou o estudo do Greenpeace contêm cerca de um terço da reserva de carbono de todas as turfeiras tropicais do mundo.

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