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Jornalistas deviam questionar Bahrein sobre abusos de direitos humanos

Os jornalistas deviam aproveitar a deslocação ao Bahrein para a conferência sobre a economia palestiniana para pressionar os responsáveis do país do Golfo sobre os seus abusos dos direitos humanos, defendeu hoje a organização Human Rights Watch (HRW).

Jornalistas deviam questionar Bahrein sobre abusos de direitos humanos
Notícias ao Minuto

12:17 - 25/06/19 por Lusa

Mundo HRW

Assinalando que jornalistas independentes e estrangeiros raramente têm acesso ao Bahrein, a diretora interina para o Médio Oriente da HRW, Lama Fakih, defende num comunicado que os jornalistas aproveitem a oportunidade da conferência "Da Paz à Prosperidade" para questionarem o governo do país sobre a detenção de ativistas dos direitos humanos e a supressão da liberdade de expressão.

A conferência sobre a componente económica do plano norte-americano para resolver o conflito israelo-palestiniano, coorganizada pelos Estados Unidos e pelo Bahrein, decorre hoje e quarta-feira em Manama e vários jornalistas estrangeiros foram convidados para a cobertura.

Lama Fakih assinala a "amarga ironia" de o Bahrein, "que regularmente reserva a detenção arbitrária, a censura e a tortura para os dissidentes, ter sido escolhido para receber um encontro sobre paz e prosperidade".

A HRW refere que as autoridades do Bahrein prenderam e perseguiram dezenas de defensores dos direitos humanos, jornalistas e opositores, muitas vezes por "duvidosas razões de segurança nacional e, na maioria dos casos, por atos de protesto pacíficos".

Entre eles encontram-se Nabeel Rajab, diretor do Centro para os Direitos Humanos do Bahrein, a cumprir uma pena de cinco anos de prisão por mensagens alegando a existência de tortura numa prisão e criticando a campanha militar da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos no Iémen. O ativista foi condenado por "disseminar notícias falsas e insultar um país estrangeiro".

Abdulhadi al-Khawaia é outro dissidente pacífico que cumpre uma prisão perpétua pelo seu papel na organização de protestos por reformas políticas durante a designada Primavera Árabe em 2011. O ativista foi torturado e condenado por um tribunal militar, assinala a organização de defesa dos direitos humanos.

A HRW lista ainda outras "perguntas difíceis" a colocar às autoridades do Bahrein, nomeadamente porque é que estão "a aumentar os ataques à liberdade de expressão e a silenciar qualquer discurso crítico", porque é que não responsabilizam os torturadores, porque é que retiram a nacionalidade como uma medida punitiva e porque é que restabeleceram a pena de morte.

"O Bahrein terminou uma moratória 'de facto' de sete anos (da pena capital) em janeiro de 2017", indica o comunicado da organização, adiantando que se encontram atualmente "10 pessoas no corredor da morte que esgotaram todos os recursos legais".

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