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Massificação do jogo com menos jogadores VIP beneficia Macau

As analistas da Standard & Poor's (S&P) que seguem Macau disseram hoje à Lusa que a aposta na massificação do jogo em detrimento dos grandes jogadores é uma tendência positiva para o Governo e para os operadores.

Massificação do jogo com menos jogadores VIP beneficia Macau
Notícias ao Minuto

08:55 - 19/05/19 por Lusa

Mundo Standard & Poor's

"A percentagem de grandes jogadores face aos jogadores em massa tem vindo a diminuir, ficou abaixo dos 50% no princípio deste ano, quando dantes a relação era de mais de 70 jogadores para VIP 30 jogadores em massa, e isso, na nossa perspetiva, é salutar", disse a vice-diretora da análise de 'rating' empresarial da região Ásia Pacífico, Sandy Lim.

Na entrevista à Lusa nos escritórios da S&P em Hong Kong, as analistas explicaram que "a primeira vantagem do aumento dos jogadores em massa e diminuição dos jogadores VIP tem a ver com a volatilidade destes gastos, que estão ligados à liquidez, aos angariadores e ao sentimento geral da macroeconomia, ao passo que os jogadores com menos poder financeiro, apesar de também estarem dependentes de vários fatores, têm um comportamento mais estável.

"O 'mix' é mais salutar porque há mais estabilidade, os gastos podem crescer pouco, mas crescer constantemente e de forma sustentada", argumentou a diretora do departamento de análise de 'rating' empresarial, Sophie Lin.

Para além da menor volatilidade, o aumento da percentagem de jogadores oriunda da classe média tem a ver com as margens: "Os angariadores de grandes apostadores ['junckets', no original em inglês] representam 5 a 15% da receita das operadores, enquanto as margens para os jogadores em massa andam nos 25 a 40%, por isso são muitos mais lucrativos para as operadoras", argumentou Sandy.

Questionada sobre a evolução a curto prazo desta relação entre o número de jogadores VIP e jogadores da classe média, as analistas responderam que "apesar de poder haver alterações de trimestre para trimestre, a percentagem de jogadores VIP vai continuar a diminuir e os jogadores em massa vão valer mais de 50%, crescendo de forma sustentada".

O objetivo do Governo e também dos operadores, dizem, "é promover mais receitas vindas dos jogadores em massa e menos dos jogadores VIP", concluíram as analistas.

As receitas dos casinos em Macau caíram 2,4% no primeiro trimestre deste ano face ao período homólogo de 2018, e em abril caíram 8,3%, de acordo com os últimos dados da Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ) de Macau.

Uma das principais razões para a quebra das receitas dos casinos prende-se com a diminuição das receitas angariadas nas salas de grandes apostas, tradicionalmente frequentadas pelos 'jogadores VIP': no primeiro trimestre deste ano, o jogo 'VIP' sofreu uma redução de 13,4%, em relação ao período homólogo do ano passado, no qual tinha atingido 42,95 mil milhões de patacas (4,7 mil milhões de euros).

No ano passado, as receitas geradas pelo jogo 'VIP' foram de 166,09 mil milhões de patacas (18,02 mil milhões de euros), o que representa 54,8% do total arrecadado pelos casinos de Macau ao longo do ano, num total de quase 32,8 mil milhões de euros.

Contudo, nos três primeiros meses do ano, a fatia das grandes apostas representou apenas 48,8% do bolo total das receitas.

O resultado absoluto alcançado em 2018 foi o maior desde 2014, quando as receitas geradas pelo jogo 'VIP' registaram 212,535 mil milhões de patacas.

Macau, capital mundial do jogo e único território na China onde o jogo em casino é legal, registou, no ano passado, 302,846 mil milhões de patacas (32,796 mil milhões de euros) em receita do jogo, um aumento de 14% em relação face a 2017.

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