Bruxelas lamenta fim de isenções aplicadas pelos EUA ao petróleo iraniano
A Comissão Europeia lamentou hoje a decisão dos Estados Unidos de suspender isenções aplicadas a oito países sobre a compra de petróleo a Teerão, garantindo o compromisso da União Europeia (UE) com o acordo relativo ao programa nuclear iraniano.
© Reuters
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"Lamentamos a decisão anunciada ontem [segunda-feira] pelos Estados Unidos. Põe em risco a implementação do Plano de Ação Conjunto Global, que é fundamental para a não proliferação nuclear no mundo (...) e que é também é crucial para a segurança na região", afirmou a porta-voz da Comissão Europeia para a política externa, Maja Kocijancic.
A responsável vincou que "a UE vai manter o apoio ao Plano de Ação Conjunto Global, desde que o Irão continue a respeitar e a implementar, na totalidade, os seus compromissos nucleares".
A reação surge após os Estados Unidos terem endurecido a sua política em relação a Teerão e de terem anunciado que não iriam renovar as isenções para a compra de petróleo iraniano que abrangiam oito países, incluindo alguns dos maiores importadores do crude iraniano (China, Turquia e Índia).
Também abrangidos por estas isenções estavam o Japão, a Coreia do Sul, a Itália, a Grécia e Taiwan, sendo que os últimos três já tinham deixado de comprar petróleo ao Irão em novembro passado.
O fim destas isenções, que permitiam a compra de petróleo iraniano sem violar as regulamentações norte-americanas, entra em vigor no próximo dia 2 de maio.
Se estes importadores de petróleo iraniano mantiverem ligações com Teerão, poderão enfrentar sanções, admite a Casa Branca.
Os Estados Unidos impuseram novas sanções ao Irão em agosto e em novembro do ano passado, afetando, entre outros setores, o energético e o bancário.
As sanções foram determinadas depois de Washington ter saído, unilateralmente, do acordo nuclear assinado em 2015 entre Teerão e seis grandes potências.
A decisão norte-americana pretende levar as exportações de petróleo do Irão a zero, negando ao governo de Teerão a sua principal fonte de receita.
As receitas provenientes das exportações de petróleo são vitais para a economia iraniana, que sofre há cerca de um ano uma grave crise marcada pela inflação e pela desvalorização da moeda nacional (rial iraniano).
Estima-se que as exportações iranianas sejam atualmente inferiores a um milhão de barris por dia, um valor muito menos expressivo quando comparado com os mais de 2,5 milhões de barris por dia que eram registados antes do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter abandonado o acordo nuclear.
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