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Massacre no Brasil: O plano, as dez mortes e os motivos por apurar

Sete mortes no interior da escola, outra no exterior, além da morte dos homicidas. Estes são os números da tragédia mais recente no Brasil.

Massacre no Brasil: O plano, as dez mortes e os motivos por apurar
Notícias ao Minuto

08:35 - 14/03/19 por Filipa Matias Pereira

Mundo Escolas

Um adolescente e um homem encapuzados entraram esta quarta-feira na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, e tiraram a vida a sete pessoas, cinco eram alunos da instituição de ensino e outras duas eram funcionárias

Contrariamente ao que chegou a ser avançado numa fase inicial, os dois autores do massacre não se suicidaram. Já ao final da noite de ontem, a polícia municipal esclarecia que o atirador mais novo terá matado o colega com quem orquestrou o ataque e, então, sim, suicidando-se de seguida. 

Os autores foram também identificados pelas autoridades. Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, eram antigos alunos da escola. 

Até ao momento ainda não são conhecidas as motivações do ataque. Sabe-se apenas que os autores da tragédia alugaram um carro no dia 21 de fevereiro e foi nesse mesmo veículo que chegaram à escola.  E momentos antes de darem entrada na instituição, Guilherme e Luiz fizeram mais uma vítima. Entraram num 'lava-rápido' em frente à Escola Estadual Raul Brasil e dispararam contra o proprietário. Mas esta não era uma vítima aleatória: tratava-se do tio de um dos atiradores, Guilherme Taucci Monteiro. 

Depois de perpetrado o primeiro homicídio, os ex-alunos entraram na escola na hora do intervalo e dispararam contra a coordenadora pedagógica e outra funcionária. Encaminharam-se seguidamente para o pátio, onde vários alunos lanchavam. "Atiraram em mais dois alunos do ensino secundário e dirigiram-se para o Centro de Línguas, onde os estudantes se fecharam numa sala com a professora", explicaram as autoridades ao G1, recordando a cronologia dos acontecimentos. 

No total, dez pessoas morreram, nomeadamente cinco dentro da escola, duas já em ambiente hospitalar, além dos dois autores do crime. Há ainda a registar, como referido, a morte do funcionário do 'lava-jato'. Para lá destes dados, aos números da tragédia há ainda que aditar 11 feridos que também tiveram de receber tratamento médico. 

O planeamento do ataque 

Um dos assassinos a quem é atribuída a autoria do massacre publicou na rede social Facebook, momentos antes de entrar na escola, fotos com uma máscara de caveira e uma arma. A publicação foi feita às 9h34 locais (12h34 em Lisboa) por Guilherme, de 17 anos. Nas 20 fotos publicadas, o jovem fazia também gestos obscenos, enquanto empunhava a arma e tapava parte do rosto com um lenço. 

Notícias ao MinutoFotos publicadas nas redes sociais© Reprodução G1

A polícia encontrou dois cadernos no carro utilizado pelos homicidas onde estava planeado o ataque. Num dos cadernos podia ver-se uma série de desenhos de armas, nomes de jogos de Internet e táticas de jogo de combate que o participante deve cumprir. 

Notícias ao MinutoCaderno dos atacantes © Reprodução

Entre as táticas podia ler-se: "Depois disso pode mandar o exército atacar, é um exército um pouco fraco, mas se atuar rápido, o inimigo não vai ter tempo de fazer muitas defesas". Num outro caderno, que pertenceria a Guilherme Tauci Monteiro, havia uma lista de regras de conduta. "Proibido usar telemóvel na sala de aula, proibido fumar e colaborar com a organização e limpeza dos ambiente".

Notícias ao MinutoCadernos dos atacantes © Reprodução

Dentro da escola, a polícia encontrou uma arma de calibre .38, quatro 'jet luders' (plástico utilizado para recarregar a arma), uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal), um arco e flecha tradicionais e garrafas que aparentam ser 'cokctails molotov'. Além disso, um dos autores do ataque tinha uma espécie de machado na cintura.

Notícias ao MinutoPolícia encontrou o que acredita serem 'cocktails molotov' na escola © Reprodução

Já ao final da noite desta quarta-feira, Jair Bolsonaro recorria também às redes sociais para reagir ao ataque em Suzano. O presidente do Brasil começou por prestar "condolências aos familiares das vítimas do desumano atentado ocorrido na Escola Professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo". Em seguida, o chefe de Estado brasileiro referiu-se ao ataque como "uma monstruosidade e covardia sem tamanho"

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