David Serrano, dono do terreno em Totalán onde estava o poço onde Julen Roselló, de dois anos, caiu, repetiu perante o Tribunal de Instrução número 9 de Málaga o que já tinha dito anteriormente, que “avisou os pais do menino do perigo” relativamente à existência de um poço tapado na sua propriedade, segundo o El Mundo.
David Serrano, que está a ser investigado por eventual homicídio negligente, voltou a referir que tapou o poço com dois blocos de cimento. Blocos que não estavam a tapar o buraco no dia 13 de janeiro quando a criança caiu no poço durante um almoço naquele local.
O dono da propriedade revelou que no momento que antecedeu a queda de Julen no poço estava a preparar uma paella juntamente com o pai do menino, José Roselló, e que tanto Julen como a sua filha estavam sob o cuidado da sua mulher. “Estava de costas para o poço”, explicou David Serrano.
O homem frisa que não viu a criança a cair. Ouviu gritos e quando chegou ao poço já lá estava José Roselló. Victoria García, a mãe da criança, estava a ligar para o trabalho e não viu o que aconteceu.
A juíza pediu a David para assinalar num esboço onde estava cada um dos presentes no almoço, tendo o dono da propriedade afirmado que as mesas e as cadeiras não estavam numa vala perto do poço. “Não vi o menino a correr na vala”, assegurou.
David Serrano adiantou que queria plantar abacates no local onde estava o poço de prospeção de água e que queria construir um muro no local onde estava a vala. E responsabilizou o empresário que abriu o poço pela queda de Julen, alegando que o poço foi feito sem ter sido avisado.
Recorde-se que Julen foi encontrado 13 dias depois de ter caído no poço, já sem vida. Sofreu um traumatismo cranioencefálico grave.
Anteriormente, a defesa de David Serrano culpara a equipa de resgate pela morte do menino de dois anos, referindo que pode ter sido provocada por uma das máquinas usadas nessa operação.
Se for acusado de homicídio por negligência, o dono do poço pode enfrentar uma pena de entre um e quatro anos de prisão.