Mãe de Julen: "Aproximei-me do poço e ouvi o meu filho chorar"

Televisão espanhola Telecinco teve acesso ao depoimento inicial dos pais de Julen, Victoria García e José Roselló.

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Notícias Ao Minuto
30/01/2019 17:26 ‧ 30/01/2019 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Espanha

Victoria García, a mãe de Julen Roselló, o menino de dois anos que morreu depois de cair num poço de prospeção de água, em Málaga, nunca falou com a imprensa desde que o seu filho desapareceu, no dia 13 de janeiro. Esteve inicialmente na zona onde a criança caiu e depois disso surgiu sempre em silêncio, cabisbaixa e agarrada a José Roselló, pai de Julen e seu companheiro desde 2001.

A Telecinco conseguiu aceder ao depoimento de Victoria à Guardia Civil, revelando o momento em que percebeu que o seu filho tinha caído num buraco, naquele fatídico domingo.

"Nem sequer vi o que aconteceu. Estava a ligar para o trabalho quando ouvi os gritos e vi que estavam todos a correr para o poço. Aproximei-me do poço e ouvi o meu filho chorar. Quando deixei de o ouvir chorar, comecei a gritar desesperada", relatou a mulher.

A imprensa espanhola já havia descrito que, naquele domingo, Victoria tinha que ir trabalhar, mas decidiu não ir, para ficar com a família. Foi quando estava a ligar para pedir para trocar de turno que se deu a queda da criança. O pai estava a começar uma fogueira para fazer 'paella', um prato típico espanhol, conforme se atesta pela reportagem do El Mundo.

Notícias ao MinutoImagem mostra mesa que iria ser utilizada para pôr a comida do piquenique. Ao lado, estão cinco blocos de cimento, onde iria ser feita uma fogueira. A vala que se vê tem forma de L e o poço está na esquina© El Mundo

O terreno onde estavam pertence namorado de uma prima de José Roselló, pai de Julen. A família estava ali para fazer um piquenique. Este tinha avisado de que havia ali um buraco, mas que estava tapado. O pai do menino descreve assim o momento da queda: "Estava a pôr uns galhos no fogo e vi que o meu filho corria por uma vala na direção da esquina onde estava o poço. Estava a 10 ou 15 metros, fui a correr para o apanhar mas não cheguei a tempo e vi-o cair pelo poço".

"Ouvi o meu filho chorar dentro do poço, por isso tirei todas as pedras que havia em volta e chamei pelo meu filho, que ouvi chorar durante 30 segundos enquanto falava com ele para o tranquilizar", explicou.

"Junto ao poço havia dois blocos de cimento separados e no meio estava o buraco. Sabia que o poço estava ali, o David tinha-me dito, mas [disse] que estava tapado pelos dois blocos", acrescentou o homem, nas suas declarações aos inspetores da Guardia Civil.

Notícias ao MinutoFotografia do primeiro dia do resgate, com os bombeiros nas tentativas iniciais de chegar ao menino. No canto superior esquerdo da imagem pode ver-se as cadeiras que iam ser utilizadas pela família.© El Mundo

O menino foi retirado do poço 13 dias depois da queda, um momento de muito pesar também para as equipas de resgate. Julen sofreu um "traumatismo cranioencefálico grave", de acordo com o relatório preliminar da autópsia. O funeral realizou-se no domingo, dia 27 de janeiro, pelas 12h (11h em Lisboa).

Sublinhe-se que as autoridades estão a levar a cabo uma investigação ao caso, podendo o proprietário do terreno e o homem que fez o poço, e outras obras ilegais no local, ser acusados de homicídio por negligência.

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