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"Não estava vivo, isso foi o pior", descreve agente que encontrou Julen

Julen Roselló foi encontrado 13 dias depois de ter caído num poço, em Málaga. Mais de 300 pessoas estiveram envolvidas nos esforços pelo resgate do menino de dois anos.

"Não estava vivo, isso foi o pior", descreve agente que encontrou Julen
Notícias ao Minuto

10:20 - 28/01/19 por Notícias Ao Minuto

Mundo Espanha

Nicolás Rando (à esquerda na imagem) fazia parte da Equipa de Resgate e Intervenção de Montanha (EREIM) da Guardia Civil espanhol que, de 13 a 26 de janeiro, esteve empenhado no trágico caso de Julen Roselló, o menino de dois anos que caiu num poço de prospeção de água, em Totalán, Málaga.

Em declarações à Antena 3, o agente contou a sua versão do caso, desde a primeira chamada que recebeu até ao momento em que chegaram ao cadáver do menino, no passado sábado de madrugada. Sublinhe-se que os mineiros encarregues de escavar o túnel horizontal tinham sempre um agente da Guardia Civil presente, uma vez que teria que ser esta força de autoridade a retirar o corpo.

“Tomámos a decisão de que iria sempre descer um Guardia Civil com os mineiros para exercer funções de Polícia Judiciária. Se estava vivo, para o socorrer, e se não, para recolher provas e fazer a inspeção ocular. A esperança nunca a perdemos”, indicou.

Nico explicou que, já nas proximidades do corpo, verificaram que o solo era um pouco diferente. “Fizemos uma prova e vimos que a terra era diferente. O meu colega meteu uma câmara no buraco que tínhamos aberto. E viu o menino”, contou.

O agente de autoridade referiu que o momento foi “duro” e “com muito stress” e “muita pressão”. “Tive sentimentos mistos. Algum alívio por ter terminado o trabalho, mas furioso com o resultado. Não me vou alongar. Tirámos terra para parar sete aviões, chegámos até ele e tirámo-lo. Não estava vivo, isso é o pior. Mas demos tudo o que tínhamos”, reconheceu.

“São muitos sentimentos mistos quando todos temos família e alguns temos filhos com essa idade. Tentaremos virar a página, como os profissionais que somos, mas é um momento que se vive com especial dureza”, admitiu, explicando que se deixou derrubar quando deixou o corpo da criança na plataforma preparada para o receber.

Sublinhe-se que a morte da criança está agora a ser investigada pelas autoridades. Sabe-se, no entanto, que Julen sofreu um "traumatismo cranioencefálico grave, de acordo com o relatório preliminar da autópsia.

O funeral realizou-se no domingo pelas 12h (11h em Lisboa). Centenas de pessoas encheram a entrada do cemitério de San Juan, no bairro malaguenho de El Palo, para se despedirem de Julen.

Esta manhã de segunda-feira o congresso espanhol dedicou um minuto de silêncio pela morte da criança, dedicando também algumas palavras aos esforços das autoridades.

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