A proibição do grupo, decidida pelo Governo após um ato de vandalismo numa base aérea em Inglaterra, foi aprovada por larga maioria no Parlamento britânico na quinta-feira.
A proibição entrará em vigor à meia-noite, depois de ser assinada pela secretária do Interior, Yvette Cooper.
A cofundadora do grupo, Huda Ammori, tinha apresentado um recurso urgente para levantar a proibição.
Mas o juiz Martin Chamberlain rejeitou a medida, sublinhando que a decisão tinha sido votada pelos parlamentares e que "a secretária do Interior a considera necessária para o interesse público".
Uma nova audiência irá decorrer em 21 de julho, durante a qual o tribunal analisará o recurso do grupo para anular a proibição.
A partir de sábado, qualquer pessoa que pertença ou apoie o grupo será sujeita a um processo criminal e até 14 anos de prisão, como é o caso de organizações como o Hamas ou a Al-Qaeda.
De acordo com Raza Husain, advogado de Huda Ammori, esta é a primeira vez que um "grupo de desobediência civil de ação direta, que não defende a violência, é alvo de um pedido de proibição por motivos terroristas".
Raza Husain denunciou um "abuso de poder (...) autoritário".
O advogado do Ministério do Interior, Ben Watson, defendeu que a Palestine Action deveria contestar a proibição perante um tribunal diferente, a comissão de recurso de organizações proibidas.
Milhares de pessoas reuniram-se na Praça Trafalgar no dia em que foi anunciada a proibição para apoiar o grupo, a 23 de junho.
Alguns dias antes, os ativistas da Palestine Action entraram em Brize Norton, a maior base da Royal Air Force do Reino Unido, onde grafitaram duas aeronaves militares com tinta vermelha.
Quatro pessoas foram acusadas da invasão e mantidas sob custódia na quinta-feira, aguardando uma audiência marcada para 18 de julho.
Os danos causados pelo ataque foram estimados pela polícia em 7 milhões de libras (8 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).
Esta semana, especialistas das Nações Unidas criticaram a decisão de Londres, afirmando que "meros danos materiais, sem pôr em perigo a vida de terceiros, não são suficientemente graves para serem classificados como terrorismo".
A atual guerra em Gaza, um território com mais de dois milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, após o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A ofensiva militar israelita após o ataque provocou mais de 57.100 mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência da população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica.
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