Turquia pede a Trump para acabar com ataques à ajuda em Gaza

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu ao homólogo norte-americano, Donald Trump, que interviesse para acabarem os ataques nos centros de ajuda em Gaza, que, segundo a ONU, já causaram mais de 500 mortos.

Recep Tayyip Erdogan

© REUTERS/Bernadett Szabo

Lusa
05/07/2025 15:20 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O pedido foi feito durante a cimeira da NATO no final de junho, segundo noticiou hoje a agência estatal turca Anadolu.

 

"Estão a ser mortas pessoas nas filas de espera para receber alimentos. Tem de intervir para que estas pessoas não sejam mortas", disse Erdogan a Trump, de acordo com o relato da Anadolu, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Israel bloqueou o abastecimento da Faixa de Gaza no início de março, agravando a situação da população do território devastado pela guerra iniciada em outubro de 2023.

Em 26 de maio, um grupo chamado Gaza Humanitarian Foundation (GHF, na sigla em inglês), apoiado por Israel e pelos Estados Unidos, começou a entregar alimentos.

Desde então, as operações da GHF têm sido marcadas por cenas caóticas e relatos quase diários de disparos das forças israelitas contra pessoas que esperam para recolher alimentos nos locais de distribuição em Gaza.

O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas afirmou na sexta-feira que mais de 500 pessoas foram mortas perto dos locais de distribuição de alimentos em Gaza.

O exército israelita acusou o Hamas de ser responsável pelos incidentes.

O presidente da GHF, Johnnie Moore, negou esta semana que tenham sido mortos palestinianos nos quatro locais de distribuição ou perto deles.

De acordo com comentários relatados hoje pela Anadolu, Erdogan disse a Trump que tinha de intervir para acabar com as mortes junto aos centros de distribuição de ajuda da GHF.

"É o senhor que vai gerir melhor este processo com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Há pessoas a serem mortas nas filas de espera para a comida, em particular. Tem de intervir aqui para que essas pessoas não sejam mortas", disse a Trump.

Erdogan afirmou ainda que o fim da guerra de 12 dias entre o Irão e Israel criou uma nova oportunidade para acabar com os combates em Gaza.

"O cessar-fogo entre o Irão e Israel também abriu uma porta para Gaza. O Hamas tem demonstrado repetidamente boa vontade a este respeito", afirmou o presidente da Turquia.

As afirmações foram feiras alguns dias depois de o chefe dos serviços secretos e de o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia se terem reunido separadamente com altos responsáveis do Hamas, segundo a AFP.

Erdogan considerou que a pressão exercida pelos Estados Unidos sobre Israel será decisiva para garantir o êxito da última proposta de tréguas de 60 dias em Gaza e que a questão das garantias é particularmente importante.

"No caso de um cessar-fogo, a comunidade internacional deve investir rapidamente em projetos de reconstrução. Se for possível alcançar um cessar-fogo permanente, pode abrir-se um caminho para a paz permanente na região", afirmou ainda, citado pela AFP.

O Hamas anunciou na sexta-feira que deu uma resposta positiva aos mediadores sobre a mais recente proposta de cessar-fogo em Gaza e que estava preparado para negociar imediatamente.

O grupo radical palestiniano atacou Israel em 07 de outubro de 2023, causando cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

O ataque desencadeou a guerra em curso na Faixa de Gaza, em que já foram mortas mais de 57.300 pessoas pelas tropas israelitas.

Leia Também: Detidos mais três presidentes de câmara da oposição da Turquia

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