Meteorologia

  • 10 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 16º MÁX 28º

Venezuela: Denúncias de irregularidades em caso de morte de opositor

O advogado da família do vereador opositor Fernando Albán, que morreu em outubro quando estava sob custódia dos serviços secretos venezuelanos, denunciou hoje novas irregularidades na investigação e pediu que o procurador-geral do país seja afastado do caso.

Venezuela: Denúncias de irregularidades em caso de morte de opositor
Notícias ao Minuto

21:41 - 04/12/18 por Lusa

Mundo Fernando Albán

"Existem duas certidões de óbito de diferentes médicos. Um deles é um médico comunitário, sem as credenciais, autoridade e experiência para fazer um levantamento forense. O outro médico tem um bilhete de identidade que corresponde a outra pessoa", disse Ramón Aguilar.

O advogado falava em Caracas, junto da sede principal do Ministério Público, onde entregou um documento a pedir que o procurador-geral designado pela Assembleia Constituinte, Tarek William Saab, seja afastado das investigações, por ter classificado publicamente a morte do vereador como um suicídio.

"Deve haver uma investigação em que o procurador-geral seja separado do caso, que não possa dar instruções, nem mudar procuradores", disse o causídico, frisando que há dois funcionários detidos por alegada negligência na custódia do autarca, "mas nenhum pelas torturas, nem pelo homicídio, nem pelo desaparecimento forçado".

Por outro lado, Ramón Aguilar denunciou que o Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas não verificou o levantamento do cadáver, porque o corpo já tinha sido removido quando os oficiais chegaram ao local.

Segundo o advogado, há ainda contradições nas declarações dos funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN, serviços secretos).

"Quase todos os funcionários insistem que Fernando Albán tinha os sapatos postos e estava algemado. Estranhamente, no momento em que encontraram o corpo, estava sem algemas e sem sapatos", observou, referindo que não há testemunhas que sustentem a versão oficial de que o político se suicidou.

"Não há, nem sequer uma testemunha, que tenha visto cair o corpo, que tenha ouvido a queda", frisou.

Fernando Albán foi detido em 05 de outubro, depois de fazer parte de uma delegação da oposição foi à Organização das Nações Unidas, para denunciar a crise na Venezuela.

O Governo venezuelano acusou-o de estar envolvido no frustrado atentado de 04 de agosto, com 'drones' (veículo aéreo não tripulado), contra o Presidente venzuelano, Nicolás Maduro, durante um ato militar no centro de Caracas, capital do país.

A defesa da família do vereador acusa os funcionários dos serviços secretos, procuradores e juízes do caso de "participarem numa detenção ilícita".

Na tarde de 08 de outubro, o vereador morreu ao ter, alegadamente, caído do piso 10 da sede do SEBI e, segundo o procurador-geral da Venezuela, tratou-se de um suicídio.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório