Instituto do Património do Brasil mostra indignação face a incêndio
O Instituto brasileiro do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) manifestou hoje a sua "mais profunda indignação" face ao incêndio que destruiu grande parte do acervo e do edifício do Museu Nacional no Rio de Janeiro.
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Em comunicado, aquela entidade ligada ao Ministério brasileiro da Cultura explicou que "a indignação resulta da maneira como a Memória Nacional vem sendo tratada pelo Estado brasileiro ao longo de sucessivos governos, sempre insensíveis a um olhar estratégico e prioritário para com a Cultura".
"A presidente do Iphan, no âmbito das competências institucionais, já está no Rio de Janeiro para, além de acompanhar a situação, atuar na elaboração de estratégias para o processo de resgate e recuperação do que for possível, tanto do imóvel quanto do seu acervo", acrescenta o comunicado daquele organismo.
O Iphan recorda que, em agosto, realizou um seminário internacional de gestão de sítios culturais do Património Mundial no Brasil, do qual resultou o Compromisso de Goiás que definiu "as diretrizes de uma futura política transversal que trata o Património Cultural como ativo económico, que gera renda, empregos e inclusão social".
"O seminário foi elaborado já em função da preocupação do Iphan de buscar um compromisso com os governantes do país em manter linhas de financiamento voltadas para o Património Cultural, buscando evitar situações muitas vezes irreversíveis como a tragédia que chocou o mundo", realçou.
Em 2017, o Iphan esteve com corporações de bombeiros "de todo o país" e com o Ministério Público Federal para lançar "a construção conjunta da Normativa de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico em Edificações Protegidas".
O diretor do Museu Nacional no Rio de Janeiro, Alexander Kellner, afirmou que ainda não foi possível avaliar a totalidade dos danos no acervo provocados pelo incêndio, mas apelou à mobilização da sociedade para a recuperação.
O acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, no Brasil, que foi consumido por um incêndio na noite de domingo e ao longo da madrugada de hoje, era um dos maiores históricos e científicos do país, com cerca de 20 milhões de peças.
A instituição, criada há 200 anos, foi fundada por João VI, de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.
O ministro português da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, lamentou hoje o incêndio que atingiu o museu, classificando-o como "uma perda irreparável".
"Estamos consternadíssimos. Nós sentimos também essa perda porque era um acervo importantíssimo da história natural do país, da sociedade brasileira e também da história política, sendo este o palácio onde o rei de Portugal se veio instalar quando levou a corte para o Brasil. É um monumento muito importante para a história dos dois países", disse o ministro à chegada ao Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro, onde abriu o 9.º colóquio do polo de pesquisas luso-brasileiras.
A instituição destruída pelo fogo foi criada há 200 anos por João VI, de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.
"Portugal perde sempre. Perderam-se móveis de D. João VI, os diários da imperatriz Leopoldina. É património de origem portuguesa, mas é património cultural do Brasil", referiu Luís Filipe Castro Mendes.
"É uma grande perda para o povo brasileiro, para os pesquisadores que trabalhavam naquele museu e nós sentimos uma profunda solidariedade com os brasileiros", finalizou o responsável pela pasta da Cultura.
O Museu Nacional do Rio de Janeiro era o maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina e o edifício tinha sido residência da família real e imperial brasileira.
De acordo com um comunicado publicado 'online' pela direção do museu, não há vítimas a registar neste incêndio.
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