Argélia acaba com expulsões de migrantes face à indignação gerada
A Argélia acabou com a maioria das expulsões de migrantes, abandonados no deserto do Saara, após a condenação internacional e o despedimento de duas autoridades de segurança, disse a Organização Internacional das Migrações (OIM).
© Reuters
Mundo OIM
Segundo fontes oficiais da OIM citadas pela Associated Press, as expulsões de milhares de migrantes, incluindo crianças e mulheres grávidas, diminuiu fortemente desde que a agência norte-americana noticiou as histórias dos sobreviventes que foram obrigados a caminhar 15 quilómetros no deserto sem água nem comida.
Segundo a reportagem, divulgada em finais de junho, as expulsões em massa da Argélia aumentaram desde outubro do ano passado, depois de a União Europeia (UE) ter intensificado a pressão sobre os países norte-africanos para desviarem os migrantes que se dirigiam à Europa.
Um funcionário humanitário, que pediu para manter o anonimato com medo de represálias do Governo argelino, revelou à agência que as detenções em massa continuam, mas agora os migrantes são mantidos em prisões sobrelotadas, segundo os seus contactos no país.
A Amnistia Internacional já tinha indicado em outubro do ano passado que mais de 2.000 deslocados da África subsaariana tinham sido detidos na Argélia desde setembro e foram posteriormente expulsos para o Níger e o Mali, falando em "detenções arbitrárias" e "expulsões ilegais em massa".
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o número de pessoas que chegou ao Níger a pé aumentou, desde maio de 2017, quando 135 pessoas foram abandonadas no deserto, para 2.888 pessoas em abril deste ano.
A OIM estima que um total de 11.276 homens, mulheres e crianças sobreviveram à caminhada desde 2017 e que 30.000 morreram no deserto desde 2014.
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