Sentimento constante de culpa associado a quadro depressivo

A culpa não é necessariamente um sentimento negativo ou destrutivo.

Notícia

©

Notícias Ao Minuto
17/12/2017 11:53 ‧ 17/12/2017 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle

Carreira

Quem nunca se sentiu culpado por ter feito alguma coisa que não deveria ter feito ou por deixado de fazer algo que era imprescindível? É incrível como a culpa é capaz de, rapidamente, passar de um evento pequeno à coisa mais importante nas nossas vidas.

Desde de situações banais, como ‘fui dormir tarde mesmo sabendo que ficaria com sono no trabalho’ até situações mais graves, como ‘precisei colocar o meu pai num lar de idosos’, a culpa é um sentimento universal e muito presente no dia a dia.

Segundo a psicóloga Fernanda P. de Queiroz, cofundadora da Estar Saúde Mental, a culpa não é necessariamente um sentimento negativo ou destrutivo. “A culpa é algo que faz parte do nosso desenvolvimento enquanto seres humanos, pois é um alerta de que estamos a agir de forma errada. [A culpa] Ajuda-nos a reavaliar o nosso comportamento e também a desenvolvermos uma melhor consciência sobre o nosso comportamento.”

Deste modo, não tem mal algum sentir culpa. O problema aparece quando começamos a pensar em demasia a respeito dela. Aí, a culpa pode passar a ser um inimigo, enraizar-se e até mesmo mudar a forma como atuamos. “A culpa, quando não bem resolvida, pode levar a um sério desequilíbrio emocional. Afeta a autoestima, traz sentimentos de desesperança, além de deixar a pessoa mais ligada ao passado, o que inviabiliza, por exemplo, a viver o momento presente”, explica Fernanda.

Veja algumas dicas que vão ajudá-lo a lidar com esse sentimento:

1. Aceite o que fez

O primeiro passo é aceitar aquilo que fez – ou não fez. Esse é o momento de refletir sobre os motivos pelos quais agiu ou não agiu. Faz parte do processo de autoconhecimento. A culpa, quase sempre, é situacional, quer dizer, está ligada a uma situação específica. “Reconhecer o nosso comportamento é fundamental para que numa próxima vez consigamos tomar uma atitude diferente. Isso evita que o sentimento se instale mais tarde.”

2. Use o sentimento de culpa para aprender mais sobre si mesmo

A culpa não é um sentimento cujo único propósito é fazê-lo sentir-se péssimo sobre algo que fez ou não fez. Pelo contrário. “O sentimento de culpa deveria ser usado para nos alertar sobre algo, para que consigamos aprender a partir daquela experiência”, afirma a psicóloga.

3. Ninguém é perfeito

Sentir-se culpado sobre algo ou alguém talvez seja um dos melhores indicadores de que a perfeição não existe. “Ninguém é perfeito. Todos erramos. Podemos nos agarrar à ideia de que é possível viver livres de comportamentos considerados negativos, como a raiva, assim como dizer sempre a verdade, pensar sempre o melhor a respeito do outro, etc. Porém, embora possamos aprimorar a nossa identidade para adotar bons comportamentos, nem sempre temos controlo em tudo. Falhar faz parte da vida, perder o controlo e ter sentimentos negativos também. O que fazemos com isso é o que realmente importa”.

Culpa demais? É preciso procurar ajuda

Embora a culpa seja algo presente no dia a dia, é preciso atenção: se não está de acordo com a lógica dos acontecimentos, ou seja, é desproporcional aos acontecimentos, é muito persistente e interfere na vida social e profissional, afetando a autoestima e a saúde, o melhor é procurar ajuda.

“Muitas vezes, este sentimento faz parte de um quadro de depressão e ansiedade, por exemplo. Por isso, a psicoterapia pode ajudar muito a avaliar os pensamentos disfuncionais que geram a culpa”, conclui Fernanda.

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas