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Chef Justa Nobre: “98% da minha cozinha é intuição”

Justa Nobre é uma das chefs mais reconhecidas em Portugal. É conhecida pelos seus pratos inspirados na cozinha tradicional e regional portuguesa.

Chef Justa Nobre: “98% da minha cozinha é intuição”
Notícias ao Minuto

13:15 - 26/07/17 por Vânia Marinho

Lifestyle Entrevista

Justa Nobre era conhecida pela boa mão para a cozinha e aos 21 anos, acompanhada do marido, José, tomou o leme da cozinha de um restaurante. É chef há 40 anos, já viveu altos e baixos e continua a ser conhecida pela sua comida autêntica portuguesa.

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, a chef Justa Nobre fala sobre a sua paixão pela cozinha, sobre os seus métodos e novos projetos.

Quando nasceu a sua paixão pela cozinha?

Sempre me lembro de gostar da cozinha, mas para aí aos 9 anos comecei a cozinhar. Claro, com a ajuda da minha mãe, que cozinha muito bem. Logo desde pequenina tive muita curiosidade pela cozinha, portanto comecei logo a ajudá-la a cozinhar.

E que pratos é que gostava de cozinhar nessa altura?

Franguinho, sopa, caldo verde e aquelas coisas normais que as crianças gostam de fazer. Desde que fosse com arroz ou massa, eu gostava sempre de fazer.

98% da minha cozinha é intuiçãoNa cozinha funciona mais por intuição ou gosta mais de chegar a uma receita e depois segui-la sempre?

Não, sempre intuição. 98% da minha cozinha é intuição. Claro, trago as bases da cozinha de Trás-dos-Montes, estudo um bocadinho das bases da cozinha portuguesa num todo. Eu sou transmontana, por isso tenho de aprender as bases da cozinha das outras províncias. Quando estou a fazer comida tradicional portuguesa ou regional gosto de conhecer as receitas, mas depois, além disso tenho muita cozinha criada por mim, muitos pratos da minha autoria. Aí sigo a minha intuição.

Já trabalha na restauração há muitos anos, o que é que acha que mudou?

Mudaram algumas coisas. Em relação aos clientes houve uma altura em que gostavam de conhecer a cozinha do mundo e hoje também ainda gostam de conhecer. Mas da mesma maneira que as pessoas gostam de conhecer a cozinha do mundo, gostam de comer a cozinha tradicional portuguesa. As pessoas estão muito mais informadas, têm muito mais conhecimentos, gostam de conhecer toda a comida, mas a cozinha portuguesa continua a dar cartas e as pessoas continuam a gostar.

Creio que os portugueses até gostam cada vez mais e a clientela estrangeira tem muita vontade de conhecer e gosta muito de comer a nossa cozinha portuguesa, porque dizem que é uma cozinha realmente muito boa. Os cozinheiros hoje em dia estão cada vez mais focados em fazer cozinha portuguesa.

Os cozinheiros hoje em dia estão cada vez mais focados em fazer cozinha portuguesaJá tentou exportar as suas receitas?

Como estão publicadas em livros já podem seguir além fronteiras. Mas não, eu sou uma cozinheira que trabalha e vive em Portugal. As receitas vão sempre indo para outros lados do mundo porque temos clientes de todos os lados do mundo e eles levam pelo menos a memória dos pratos que comem aqui.

Tem novidades para breve?

Sim, temos um novo desafio que está quase a abrir, no princípio de setembro. É um restaurante na Calçada da Ajuda e vai chamar-se À Justa e talvez publique mais um livro no início do próximo ano.

Teve alguns projetos que não correram tão bem. O que é que falhou?

[Risos] As pessoas. As pessoas a quem nos ligamos.

E que lições tirou desses projetos que falharam para agora ter tanto sucesso nestes novos?

Aprendi a ter um pouco mais de cuidado, a ser mais desconfiada e a ter cuidado com as pessoas a quem me ligo.

A sopa de santola já é um ‘must’ nos meus restaurantesEm que restaurante passa mais tempo?

Neste momento no Nobre do Campo Pequeno [aberto desde 2008] e também vou indo ao do Casino do Estoril [aberto desde 2014]. Depois passarei algum tempo no À Justa e vou ir tentando dividir-me entre os espaços.

Quais são os seus pratos que têm tido mais sucesso ao longo dos anos?

A sopa de santola já é um ‘must’ nos meus restaurantes e na fama da minha cozinha, o robalo à Justa, perninha de cabrito assado, os pratos de marisco… Não sei, sabe, eu faço uma cozinha muito autêntica. Cada prato que eu faço ou que eu crio é sempre um prato de sucesso, felizmente.

Faço uma cozinha muito boa, da qual muito me orgulho porque a cozinha portuguesa é realmente fantásticaNão sente nenhum tipo de pressão para aderir mais à moda do gourmet?

Não. Sinto que estou a fazer uma cozinha autêntica, sinto que os clientes gostam desta minha autenticidade na cozinha, as pessoas já me conhecem e conhecem a autenticidade dos meus pratos e é isso mesmo que procuram para comer. Os estrangeiros sempre que procuram algum restaurante de cozinha portuguesa autêntica são recomendados a ir às nossas casas e nunca saíram defraudados, saem sempre contentes e felizes com o que comem.

Portanto eu faço uma cozinha autêntica portuguesa, com um pouquinho de modernidade, algum cuidado no sal, na gordura, nos excessos, pronto. Faço uma cozinha muito boa, da qual muito me orgulho porque a cozinha portuguesa é realmente fantástica.

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