Hemocromatose: “A doença genética mais comum é confundida com cansaço”
Uma combinação de genes defeituosos provoca a absorção excessiva de ferro por parte do organismo, o que por sua vez pode alcançar níveis tóxicos.
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A hemocromatose trata-se da doença genética mais comum do mundo ocidental, porém o mais certo é nunca ter sequer ouvido falar desta condição debilitante.
Estima-se que entre cinco a dez indivíduos por cada mil pessoas seja portador do gene da hemocromatose.
Os afetados são portadores de genes defeituosos, que afetam o modo como o corpo absorve o ferro presente nos alimentos. Podendo provocar inadvertidamente uma acumulação excessiva daquela substância no organismo – alcançando inclusive níveis tóxicos.
Esta condição pode assim aumentar o risco dos indivíduos sofrerem de patologias potencialmente fatais e que incluem diabetes, falência cardíaca, artrite e doenças do fígado.
Aliás, atualmente os cientistas alertam que de facto a condição tem um potencial mais perigoso do que anteriormente se pensava, mas ainda assim salientam que o seu tratamento é relativamente simples.
“Envolve doar sangue de modo a reduzir os índices de ferro no organismo”, explicou uma equipa de investigadores britânicos, da Universidade de Exeter, num artigo escrito para a publicação científica The Conversation.
Nos últimos 15 anos, os investigadores pesquisaram as várias facetas da hemocromatose em laboratório.
Focaram-se no facto do porquê de algumas pessoas ficarem imediatamente mais frágeis e doentes por volta dos 60 anos, enquanto que outras vivem até aos 90 sem serem afetadas por qualquer tipo de patologia.
Genes defeituosos podem provocar a incidência de doenças fatais
Para efeitos daquela pesquisa, foram examinados os registos médicos de meio milhão de indivíduos, de modo a apurar quais são os genes associados ao envelhecimento dos músculos.
O professor David Melzer, um dos coautores do estudo, disse: “Para nossa surpresa, apurámos que há uma ligação entre o gene da hemocromatose e a fraqueza muscular, dores crónicas e fragilidade nos mais idosos que não haviam sido diagnosticados com hemocromatose”.
A equipa apurou que os indivíduos que apresentam genes com mutações, têm uma probabilidade quatro vezes maior de desenvolver doenças do fígado e apresentam o dobro da probabilidade de sofrer com artrite.
Mais ainda, registam níveis mais elevados de cancro do fígado, de diabetes de tipo 1 e 2, dores crónicas e cansaço extremo.
“Quase seis por cento de todos os cancros no fígado detetados neste estudo desenvolveram-se em pessoas com genes mutantes”.
A equipa do professor Melzer concluiu ainda que as mulheres têm um maior risco de serem diagnosticadas com hemocromatose numa idade mais avançada, devido ao facto de perderem ferro através da menstruação e à maternidade.
Sintomas comuns de hemocromatose:
- Sensação de cansaço excessivo e permanente;
- Perda de peso súbita e inexplicável;
- Fraqueza;
- Dores nas articulações;
- Incapacidade de ter ou manter uma ereção para os homens;
- Menstruação irregular ou mesmo a ausência de períodos nas mulheres.
Se é afetado por um ou mais destes sintomas não hesite em consultar um médico.
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