Internacionalização "será mais sólida" com "recursos próprios"
O vice-reitor do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa Nuno Crespo considerou, em declarações à Lusa, que a internacionalização das empresas portuguesas "será mais sólida e alicerçada" se for feita com base "em recursos próprios".
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Economia ISCTE
O ISCTE arrancou na quinta-feira com o "mês da internacionalização", que decorrerá até 16 de novembro.
Para Nuno Crespo, a escolha do tema faz sentido, uma vez que a "internacionalização é uma tendência indesmentível", pois "cada vez mais as empresas têm de se internacionalizar para serem mais competitivas", caso contrário "ficam para trás".
"A internacionalização será mais sólida e alicerçada se for baseada em recursos próprios", apontou Nuno Crespo, salientando que isso implica uma "menor dependência do apoio público".
Por outras palavras, as empresas devem avançar para internacionalização "através de recursos próprios tanto quanto possível".
Para o responsável, "o grande desafio da economia portuguesa em termos de internacionalização é o alargamento do espectro envolvido".
Ou seja, as empresas "conseguirem 'dar o salto' do mercado estritamente nacional para o internacional"
A marcar o arranque do mês da internacionalização, o ISCTE lançou o livro "A internacionalização da economia portuguesa", do qual Nuno Crespo é um dos coordenadores.
Neste livro, segundo o responsável, são desmitificados alguns mitos relativos à internacionalização.
"O primeiro mito é de que as pequenas e médias empresas teriam muitas dificuldades em ser competitivas nos mercados internacionais", apontou o vice-reitor.
"É verdade que algumas empresas têm dificuldades em competir nos mercados internacionais, mas há pequenas e médias empresas que conseguem ter sucesso na internacionalização" e isso demonstra o "alcance" destas empresas, considerou.
Por outro lado, a internacionalização não está só sobre a alçada dos setores tradicionais.
"Cada vez há mais internacionalização no setor moderno, desde tecnologias de informação ou farmacêuticas", ou seja, os setores não tradicionais "já fazem parte ativa do processo".
Por outro lado, "já não vivemos tão centrados nos mercados tradicionais, como Espanha, Alemanha ou França", disse.
Atualmente, as empresas internacionalizam-se não só para aqueles mercados, "mas também se vão abrindo portas nos países árabes, América Latina e Central", concluiu.
No âmbito do mês da internacionalização, o ISCTE terá várias iniciativas ligadas ao tema, desde o processo do Brexit e as suas consequências para a economia portuguesa, passando pela divulgação do 'ranking' de internacionalização das empresas portuguesas e até uma conferência sobre a língua portuguesa no comércio e cultura.
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