"Não se pode pôr em causa o bom nome da companhia"
O líder da EDP abordou hoje o caso que envolve o seu nome e o da empresa que lidera.
© Reuters
Economia António Mexia
Na sexta-feira, o país ficou a saber que a EDP, a REN e a Boston Consulting Group foram alvo de buscas no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de corrupção.
Esta terça-feira, na sede da EDP, António Mexia liderou uma conferência de imprensa sobre o caso. E na hora de responder a questões de jornalistas, desvalorizou o tema.
Este “não é um processo novo”, afirmou, acrescentando que a própria Comissão Europeia já se tinha debruçado sobre ele.
A conferência de imprensa, acrescentou, foi convocada “para que as pessoas percebam que não houve nenhum benefício e que isso foi confirmado pela comissão europeia. Fomos obrigados por lei a afazer ajustamentos, em particular em 2004, não foi iniciativa da EDP. Cumprimos a lei”, insistiu.
“As pessoas passam e as instituições ficam”, disse ainda António Mexia, acrescentando que “não se pode pôr em causa o bom nome da companhia”.
Em causa, recorde-se, estão os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que substituíram os Contratos de Aquisição de Energia (CAE), a partir de 2004. O termo naturalmente causará estranheza a muitos leitores, mas em causa estão o que foi designado como uma das "rendas excessivas" do setor da energia, rendas essa que mereceram inclusive a atenção da troika durante o chamado processo de ajustamento.
“Em certas negociações, como em 2004, eu não estava cá e a EDP não foi sequer parte”, insistiu ainda António Mexia.
Questionado sobre se o processo de investigação poderá ter impacto na imagem da empresa, nomeadamente junto dos mercados, Mexia desvalorizou o momento focando-se primeiro na bolsa.
“A EDP ontem [segunda-feira] desceu cerca de 2%, neste momento está a subir 1,8%”, afirmou, assumindo logo de seguida que a incerteza é indesejada. “É importantíssimo que as pessoas vejam eliminada a incerteza. Os mercados não gostam de incerteza e nós também não”.
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