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“A dívida externa e a penalização de Portugal são insustentáveis”

Louçã defendeu o "compromisso" estabelecido entre PS e Bloco em relação à reestruturação da dívida e deixou críticas a Passos Coelho e a Jerónimo de Sousa.

“A dívida externa e a penalização de Portugal são insustentáveis”
Notícias ao Minuto

22:24 - 28/04/17 por Notícias Ao Minuto

Economia Francisco Louçã

No programa 'Tabu', na SIC Notícias, o economista analisou o relatório apresentando, esta sexta-feira, pelos grupos parlamentares do PS e do Bloco de Esquerda relativamente à sustentabilidade da dívida portuguesa.

Considerando esta proposta como um "compromisso"entre os dois partidos, Francisco Louçã criticou o caminho da austeridade. “A dívida externa e o caminho de penalização de Portugal são insustentáveis”, vincou. “Portugal está perante um tratado orçamental que é inaplicável e que nos exige um nível de esforço de austeridade, a diminuição permanente da vida das pessoas, um curso que nenhuma democracia pode aceitar”.

Na questão da reestruturação da dívida, Louçã assinalou a importância de socialistas e bloquistas se entenderem nesta matéria. “Se os partidos se podem entender, e o Governo acompanhou este debate, sobre medidas concretas, isso dá-lhes uma imensa autoridade para quando se chegar [à discussão] do orçamento”.

“É a primeira vez que o Partido Socialista aceitou trabalhar numa proposta de reestruturação da dívida. Isso nunca tinha acontecido, é uma total novidade política”, disse, considerando que o relatório é um bom ponto de partida para futuras negociações com as instituições financeiras. “Pode haver uma base para uma negociação em que Portugal fala pela sua voz, em que procura sair deste pagamento de renda financeira permanente, sem criar conflitos extraordinários”.

O economista rejeitou ainda a ideia de perdão da dívida pública, considerando-a “moralista”. “Nunca falei de perdão de dívida, e creio que o Bloco de Esquerda também não. A noção de perdão é uma noção moralista e religiosa que me interessa relativamente pouco”.

Respondendo a Jerónimo de Sousa, que considerou “insuficientes” as propostas dos grupos parlamentares do PS e do BE nesta matéria, Francisco Louçã deixou uma pequena provocação ao líder comunista. “Ouvi o Jerónimo de Sousa dizer que [o que é proposto no relatório] é uma migalha. Bem, se 72 mil milhões de euros é uma migalha, Jerónimo de Sousa há-de me dizer onde tem o cesto do pão”.

O antigo dirigente do Bloco apontou ainda baterias às declarações de Passos Coelho na Ovibeja, que afirmou que o PS e o BE “meteram a viola no saco”, acusando o líder do PSD de não ter lido o documento. “Tenho uma notícia para dar ao doutor Passos Coelho: ele, na verdade, não leu o documento, o que é um pouco triste”.

Louçã criticou o líder da oposição por ter dado a entender que o BE e o PS tinham abdicado da ideia da reestruturação da dívida, ideia que o antigo dirigente bloquista desmente. “O termo ‘reestruturação da dívida’ aparece 38 vezes no relatório, página sim página não. Todo o relatório é [sobre] reestruturação da dívida”.

Ainda sobre as críticas de Passos Coelho, que acusou os dois partidos de quererem “deitar mão às reservas do Banco de Portugal”, o economista desmentiu. “Não há nenhum conflito com o Banco de Portugal”, garantiu Louçã.

[Notícia atualizada às 22h59]

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