"A Apple cumpre a lei e paga todos os impostos que deve"
Empresa norte-americana reagiu à condenação na Europa que forçará o pagamento de 13 mil milhões de euros ao Estado irlandês.
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Economia Impostos
Está aberta a guerra entre a empresa cotada em bolsa mais valiosa do mundo e a Comissão Europeia.
Numa longa lista de acusações compilada pela comissária europeia da concorrência, Margrethe Vestager, Bruxelas considera que a Apple montou uma rede com centro num escritório fantasma na República da Irlanda, com o objetivo de evitar o pagamento de impostos elevados na maior parte do território europeu.
Como consequência, a Comissão condenou a marca da maçã a pagar cerca de 13 mil milhões de euros ao Estado irlandês, para compensar os muitos anos de evasão fiscal durante os quais a Apple chegou a pagar menos de 1% de impostos.
A empresa norte-americana sempre mostrou a sua oposição às ideias da Comissão Europeia e na primeira reação oficial após a condenação, Tim Cook expôs as suas ideias através de uma carta endereçada à "comunidade da Apple na Europa".
Começando por recordar a longa história da Apple com a República da Irlanda e com a cidade de Cork, em específico, onde começou com 30 trabalhadores que deram início à expansão no território: "Hoje em dia, empregamos quase seis mil pessoas na Irlanda. A maioria delas ainda está em Cork".
Para o CEO da Apple, o sucesso construído em Cork permitiu a expansão para o restante território europeu e criou os atuais 1,5 milhões de empregos que Tim Cook afirma serem "sustentados" pela empresa: "Empregos na Apple, empregos em centenas de milhares de empresas criativas que têm sucesso na App Store e empregos com fabricantes e fornecedores".
É por isso, explica Tim Cook, que a Apple se tornou "na maior pagadora de impostos do mundo", cumprindo todas as obrigações: "Na Irlanda e em todos os países onde operamos, a Apple cumpre a lei e paga todos os impostos que deve".
Por isso, parte ao ataque: "A Comissão Europeia está a tentar reescrever a história da Apple na Europa, ignorando as leis fiscais da República da Irlanda e invertendo o sistema fiscal internacional".
"A opinião divulgada a 30 de agosto alega que a Irlanda concedeu um regime especial à Apple nos impostos. Esta alegação não tem qualquer base factual ou fiscal."
"Encontramo-nos agora na estranha posição de ser obrigados a pagar de forma retroativa impostos adicionais a um governo que diz que não lhe devemos nada a não ser o que já pagámos", garante o presidente executivo da marca norte-americana.
"No seu cerne, o caso apresentado pela Comissão não tem nada a ver com quanto a Apple paga de impostos, mas sim a que países paga esses impostos", acusa Tim Cook.
Por fim, o CEO da tecnológica criada por Steve Jobs garante que os efeitos mais negativos da decisão serão sentidos "no investimento e criação de emprego na Europa" e volta a mostrar a crença na anulação da multa: "Acreditamos firmemente que os factos e princípios legais sobre os quais foi fundada a União Europeia irão prevalecer".
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