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Petróleo em baixa após incidente no Suez mas impacto deve ser diminuto

O petróleo negociou em baixa, após o cargueiro "Ever Given" ter ficado encalhado no Canal do Suez, mas o impacto não deve ser duradouro, já que apenas uma parte do crude passa por esta rota, apontaram analistas consultados pela Lusa.

Petróleo em baixa após incidente no Suez mas impacto deve ser diminuto
Notícias ao Minuto

15:53 - 29/03/21 por Lusa

Economia Analistas

A Autoridade do Canal do Suez anunciou hoje o "recomeço do tráfego" nesta importante via marítima obstruída há quase uma semana por um porta-contentores, o "Ever Given", que ficou atravessado no canal.

"No que diz respeito ao petróleo, não esperamos que este caso concreto tenha um impacto duradouro, já que apenas uma parte do crude passa por aquela rota e o mercado está genericamente muito bem abastecido", considerou, em resposta à Lusa, o economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF) Filipe Garcia.

No entanto, para este economista, o incidente veio prolongar um conjunto de dificuldades logísticas, que já se faziam sentir devido à pandemia de covid-19, nomeadamente, a escassez de algumas matérias-primas e a "subida significativa do preço dos fretes marítimos", a que se soma a falta de contentores.

No mesmo sentido, o analista da XTB Nuno Mello referiu que o petróleo está hoje a negociar em baixa, ressalvando que "a abertura do canal fez com o que impacto tenha sido bastante diminuto" neste mercado, tendo em conta que os inventários de petróleo "estão em níveis históricos bastante elevados".

Contudo, conforme notou, os mais atingidos por este bloqueio são a Rússia, Arábia Saudita e o Iraque, países exportadores "que mais utilizaram, até ao momento, esta via marítima em 2021".

Posição semelhante defendeu o 'head of trading' do Banco Carregosa, ao destacar que as cotações do crude verificam um "choque na oferta", embora as petrolíferas "possuam elevados valores de inventário, tal como as reservas estratégicas, pelo impacto da pandemia na menor mobilidade terrestre e do transporte aéreo de passageiros".

Assim, João Queiroz prevê um "equilíbrio temporário entre o menor consumo e a capacidade existente".

De acordo com este responsável do Banco Carregosa, a alternativa a esta rota "é quase 60% mais longa", o que implica mais encargos, "refletindo-se em transitório acréscimo de preços de alguns bens no consumidor final".

O impacto deste incidente "poderá não ser relevante", tendo em conta os inventários de produtos.

"Os preços dos contratos de futuros de crude e do gás natural de abril sugerem que poderemos ter mais uma a duas semanas, sendo o segundo desafio o de retomar o fluxo constante de navios que se encontram a aguardar pela retoma do tráfego, o que irá criar um 'engarrafamento marítimo' numa geografia que, por vezes, é sensível a temas geopolíticos", acrescentou.

João Queiroz adiantou ainda à Lusa que o preço dos fretes marítimos atingiu, no início de 2021, máximos de quase 10 anos, ajudando assim os operadores marítimos globais a registarem "cotações máximas deste ano".

Para a instituição financeira, os principais impactos do bloqueio passam também pelo "transitório aumento dos preços dos produtos que se encontram pendentes de fornecimento" e por um acréscimo de energia dedicada à preservação destes produtos ou animais, nomeadamente, gado e vegetais.

A Autoridade do Canal do Suez tinha anunciado hoje ao início da manhã que o "Ever Given" tinha começado a flutuar depois de ter estado totalmente encalhado desde a passada terça-feira, bloqueando o tráfego naval.

O Canal do Suez, no Egito, é uma das passagens marítimas mais movimentadas do mundo e, devido ao encalhe do "Ever Given", 400 navios aguardavam hoje a passagem na via que liga o mar Mediterrâneo e o mar Vermelho.

O "Ever Given" atravessou-se na diagonal quando passava no Canal do Suez bloqueando completamente uma das passagens marítimas mais movimentadas do mundo.

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