Greve na hotelaria do Algarve é "alerta" para patrões
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, disse hoje em Faro que a greve dos trabalhadores da restauração e hotelaria "é um alerta às entidades patronais", que acusa de estarem a bloquear as negociações laborais e a precarizar o trabalho.
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Economia CGTP
Arménio Carlos falava aos jornalistas durante uma concentração de cerca de 50 trabalhadores junto ao Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve (STIHTRSA), em Faro, para reivindicarem melhores condições salariais.
O sindicalista afirmou que, no Algarve, há um "bloqueio das entidades patronais" em relação às negociações salariais, num setor que tem visto os "proveitos a aumentar" nos últimos anos, ao mesmo tempo que "degrada as condições de trabalho".
A paralisação de hoje, marcada para o dia que marca o início de férias de muitos turistas, afetou vários estabelecimentos de hotelaria e de restauração da região, teve uma "adesão considerável", disse Tiago Machado, do Sindicato de Hotelaria Algarve.
"O Hotel do Inatel em Albufeira registou quase 100%, o Serviço de Manutenção da Quinta do Lago e do Golfe da Amendoeira com quase 50% e os 60% nos serviços de restauração do Centro Hospitalar do Algarve, em Faro e Portimão", são alguns dos números avançados pelo sindicalista, numa greve que se sentiu por toda a região.
De acordo com o sindicato, a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA) e a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) continuam "a recusar aumentos salariais que reponham o poder de compra perdido nos últimos anos e que promovam uma melhor distribuição da riqueza criada pelos trabalhadores".
A particularidade do turismo na região algarvia tem levado, segundo os sindicatos, à degradação das condições de trabalho, com trabalhadores sem aumentos "há 10 ou 15 anos", longas jornada em horários desregulados, a juntar ao impedimento de tirar férias no verão com o resto da família.
Segundo Tiago Jacinto, a "precariedade já atinge 50% dos trabalhadores".
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