CGD? Centeno e Costa alinhados. Quem determinou a auditoria foi o Governo
Conclusões da auditoria realizada pela EY revelaram falhas ao nível da gestão e da política de remuneração da Caixa Geral de Depósitos. No Parlamento, e perante críticas da oposição, Governo disse estar a acompanhar o processo.
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Economia Debate
A polémica estalou esta semana: um relatório de uma auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos (CGD) veio revelar falhas na gestão e na política de remunerações do banco público. Na tarde de quarta-feira o tema foi levado ao Parlamento e, entre acusações e críticas, o ministro das Finanças, Mário Centeno, utilizou como escudo o facto de o Governo estar "há muito" a acompanhar o processo.
E não foi o único. Poucas horas depois, o primeiro-ministro, António Costa, referiu-se à polémica em torno da instituição bancária destacando que o "Governo determinou à CGD que essa auditoria fosse feita", disse o responsável aos jornalistas no Barreiro.
Enquanto isso, Governo e oposição trocavam acusações e pediam-se responsabilidades na Assembleia da República. PSD e CDS-PP acusaram o Governo de ter responsabilidades e "não querer saber" o que se passou na Caixa. O Bloco de Esquerda, pela voz de Mariana Mortágua, estendeu uma vasta lista de nomes e projetos ligados à CGD que comprometem PSD e CDS, mas tambem o PS.
Centeno já o tinha dito, mas Costa reforçou que o Executivo "deu indicações à Caixa para que se constituísse assistente no processo crime de forma a poder exercer os direitos que tem, sendo ressarcida de danos que tenha sofrido".
E mais: sobre as conclusões que têm vindo sendo divulgadas a público, António Costa destacou que a consultora EY afirmou-se apenas vinculada ao relatório final da auditoria à CGD que emitiu em junho de 2018, pelo que documentos como a versão preliminar divulgada esta semana "não devem ser considerados".
Gestores identificados na auditoria continuam ligados à banca
Dos sucessivos órgãos sociais da CGD referidos na versão da auditoria da EY a que a agência Lusa teve acesso, 17 gestores que estavam em cargos de topo no período analisado pela auditoria (2000 a 2015) - durante as decisões de concessão de crédito que originaram perdas de quase três mil milhões de euros para o banco público - continuam no setor e alguns mantêm-se mesmo na CGD.
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