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"Não foi hoje que este Governo começou a olhar para a CGD"

Conclusões da auditoria realizada pela EY revelou falhas ao nível da gestão e da política de remuneração. Da Esquerda à Direita, responsabilidades são exigidas ao ministro das Finanças e respetivo Governo.

"Não foi hoje que este Governo começou a olhar para a CGD"
Notícias ao Minuto

15:22 - 24/01/19 por Beatriz Vasconcelos com Lusa

Economia Mário Centeno

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou esta quinta-feira que o Governo tem vindo a acompanhar o que se passa na Caixa Geral de Depósitos (CGD), reforçando na Assembleia da República que "não foi hoje que este Governo começou a olhar para a CGD" e que "é totalmente falso que o Governo não tenha acompanhado o processo".  

Em resposta ao deputado do CDS, João Almeida, que considerou que o executivo "tem estado muito ausente nas matérias relacionadas com a Caixa", Mário Centeno defendeu que "não foi hoje que o Governo começou a olhar" para o banco público.

"Não foi hoje que o Governo deu instruções à administração da Caixa para que fosse realizada uma auditoria à gestão aos créditos concedidos entre 2000 e 2015, foi há muito mais tempo", respondeu o ministro das Finanças.

"Fizemos o que nenhum outro governo fez nos últimos 20 anos, oito ministros das finanças e sete governos nunca o fizeram, nem mesmo durante o programa de ajustamento quando o governo de então decidiu injetar no banco público 1.650 milhões de euros", acrescentou o governante.

O Governo, prosseguiu Centeno, "quis saber a origem das perdas" e que "tinha a responsabilidade e o dever de o saber", sublinhando que "o apuramento das responsabilidades criminais compete às instâncias judiciais" e que "o apuramento das responsabilidades contraordenacionais cabe ao Banco de Portugal".

"Ao Governo cabe dar orientações estratégicas à CGD para agir na defesa dos interesses da empresa e dos contribuintes", afirmou o ministro das Finanças, destacando que o Governo "recebeu uma Caixa em risco de colapso e que hoje a Caixa está robusta e dá lucro".

O Governo, informou Centeno aos deputados, deu instruções à CGD para se constituir como "assistente" no processo de investigação à gestão do banco junto da Procuradoria Geral da República (PGR). "O Governo deu indicação para a Caixa se constituir assistente no processo junto da PGR para ter uma participação ativa e acompanhar de perto a investigação em curso".

Mais, disse. "A decisão do Governo" de mandatar a CGD para realizar uma auditoria à gestão do banco público e para a entregar "assim que estivesse concluída" ao Banco de Portugal às autoridades competentes "foi tomada com seriedade, não foi um exercício de voyeurismo populista".

"Não contem connosco para violar deveres de segredo nem para embarcar numa campanha que prejudique o banco que é de todos os portugueses e que o coloque em desvantagem face aos concorrentes", afirmou o ministro das Finanças, referindo-se à divulgação de um relatório preliminar que partiu da comentadora e ex-bloquista Joana Amaral Dias.

"O Governo tem mantido, enquanto voz do acionista, um acompanhamento próximo e regular de todo o processo, mas não pediu nem teve acesso a informações reservadas à administração e aos supervisores nem a informações sujeitas a sigilo", acrescentou Centeno.

Recorde-se que uma auditoria da EY à Caixa Geral de Depósitos (CGD) revelou várias falhas quer ao nível da gestão interna, quer ao nível da política de remunerações do grupo durante o período entre 2000 e 2015. As conclusões levam a crer que o banco emprestou dinheiro mesmo quando recebeu pareceres desfavoráveis nesse sentido. 

Mas há mais. A divulgação desta auditoria, feita pela antiga deputada Joana Amaral Dias, suscitou inúmeras reações desde os partidos da Direita aos da Esquerda, até porque se sabe que o banco público pagou bónus aos administradores mesmo quando os resultados da instituição eram negativos

Também esta quinta-feira, a Comissão Europeia escusou-se a comentar as conclusões da auditoria independente à CGD, que identificou perdas significativas até 2015, preferindo salientar os "progressos significativos" registados nos últimos anos no sistema bancário português.

[Notícia atualizada com mais informação às 15h58]

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