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Gaspar defende multilateralismo e alerta contra abandono da cooperação

O ex-ministro das Finanças e atual diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Vítor Gaspar, avisa que o abandono da cooperação internacional "é um erro" que favorece algumas das condições que deram origem a crises no passado.

Gaspar defende multilateralismo e alerta contra abandono da cooperação
Notícias ao Minuto

15:31 - 06/09/18 por Lusa

Economia FMI

O diretor dos Assuntos Orçamentais do FMI assina, juntamente com o conselheiro geral Sean Hagan e o economista-chefe do FMI Maurice Obstfeld, um texto divulgado hoje pelo Fundo em que apela à "ação coletiva" numa altura em que o "sistema de cooperação global está sob pressão".

Os autores advogam que abandonar a cooperação internacional é "um erro" que põe em causa as políticas cooperativas, defendendo o apoio político interno a estas políticas.

O texto avança com algumas pistas sobre as razões que levaram à desconfiança dos benefícios da cooperação internacional, incluindo o aumento da desigualdade, sobretudo nas economias avançadas, que predispõem o eleitorado a ouvir políticos que alegam que o envolvimento global evita a resolução dos problemas internos.

Mas, apesar das dificuldades, os países "precisam de mais -- e não menos -- multilateralismo" porque o mundo está mais interdependente.

Entre os vários desafios contam-se as alterações climáticas, o declínio da biodiversidade, o risco de pandemias e supervírus, a falta de água potável, a degradação dos oceanos, o cibercrime, o terrorismo, as migrações em larga escala e a evasão fiscal, "problemas partilhados" que "exigem que os países cooperem".

Os economistas lembram que os países cooperam, se isso for entendido como sendo do seu interesse, em termos políticos e económicos, tal como aconteceu após a II Guerra Mundial, com a coordenação de políticas macroeconómicas, ou o primeiro encontro do G20, em novembro de 2008, que juntou as economias avançadas com economias emergentes como o Brasil, a China e a Índia.

Os países "podem conseguir muito se unirem esforços" realçam os autores, defendendo que a "ação coletiva" é vital para encontrar soluções para problemas que são globais e não conhecem fronteiras nacionais.

O documento refere ainda que para conseguir o apoio dos eleitores, os governos devem favorecer políticas que ajudem os que são afetados por deslocações tanto as que resultam do comércio como dos avanços tecnológicos, promovendo a redução das desigualdades e aumentando a transparência dos governos, sobretudo a nível da fiscalidade.

Os responsáveis do FMI, que salientam que o Fundo está cada vez mais focado nestas questões, consideram também que mobilizar apoios para a cooperação "exige também uma certa dose de humildade", voltando a lembrar a época do pós-guerra, quando alguns países cederam elementos da sua soberania, incluindo a fixação de taxas de câmbio.

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