AEP com "alguma preocupação" face à evolução da economia
A Associação Empresarial de Portugal (AEP) manifesta "alguma preocupação" com os números hoje divulgados sobre a evolução da economia portuguesa no segundo trimestre, que traduzem "o sétimo pior desempenho da União Europeia".
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Economia Nunes de Almeida
"Muito embora o PIB [Produto Interno Bruto] tenha acelerado (para 2,3%, em termos homólogos) a um ritmo ligeiramente superior ao da UE [União Europeia] (2,2%), não chega para contrariar a divergência registada nos últimos trimestres, quanto mais a ocorrida desde início do milénio", sustenta o presidente da AEP numa nota escrita enviada à agência Lusa.
É que, recorda Paulo Nunes de Almeida, "entre 2000 e 2017 o PIB nacional registou um crescimento acumulado, em volume, de apenas 7,5%, face a 26,9% na UE, o que exige do nosso país um grande esforço de recuperação".
Neste contexto, a associação demonstra "alguma preocupação" com os números hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de abril a junho, "onde Portugal regista o sétimo pior desempenho da UE (a par com a República Checa) entre os 21 países com dados".
Nunes de Almeida aponta ainda como "fator de preocupação" que "tenha sido o consumo a impulsionar a ligeira aceleração do PIB, contrariando o abrandamento do investimento e a manutenção de um contributo negativo da procura externa líquida".
O "desejável para o crescimento sustentado da economia", sustenta, "é que seja precisamente sustentado pelo investimento e pelas exportações, como a AEP sempre tem defendido".
Considerando que "estes dados exigem uma particular atenção ao apoio ao investimento e à internacionalização, em particular num contexto marcado pelas atuais guerras comerciais", a associação aponta "a conclusão da reprogramação do Portugal 2020, como forma de apoiar o investimento privado", e "a concretização de investimento público, permanentemente adiado", como "dois aspetos que merecem especial atenção, entre outros".
O crescimento da economia portuguesa acelerou no segundo trimestre, ao avançar 2,3% face ao mesmo período do ano anterior e 0,5% em cadeia, avançou hoje o INE.
De acordo com a estimativa rápida divulgada hoje, no segundo trimestre o PIB aumentou 2,3% em termos homólogos no segundo trimestre e 0,5% em cadeia, acima dos crescimentos de 2,1% em termos homólogos e de 0,4% em cadeia registados no primeiro trimestre do ano.
Face ao período homólogo de 2017, explica o INE, a procura interna registou um contributo "mais positivo", em resultado da aceleração do consumo privado, enquanto o investimento apresentou um crescimento "menos acentuado", explicado em "larga medida" pela diminuição da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em material de transporte.
A procura externa líquida apresentou um contributo negativo idêntico ao observado no trimestre anterior.
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