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"Sou a favor do vídeoárbitro, mas temos assistido a erros inadmissíveis"

Técnico português que está no Al Taawon lamenta o atual clima que se vive no futebol português.

"Sou a favor do vídeoárbitro, mas temos assistido a erros inadmissíveis"

José Gomes vive na Arábia Saudita, mas nem por isso deixa de acompanhar tudo aquilo que acontece no futebol português. O técnico do Al Taawon lamenta o clima de suspeição e de crispação que está a marcar a atual temporada desportiva e comenta ainda os erros de arbitragem que têm existido ao longo do campeonato nacional.

Nesta segunda parte da entrevista concedida ao Desporto ao Minuto, José Gomes deixa ainda elogios ao Sporting de Braga, ao Portimonense e comenta a luta renhida pelo título da I Liga. 

Como tem visto o atual clima que se vive no futebol português? 

Tenho acompanhado. Vejo os jogos quase todos do campeonato português e é realmente lamentável o clima em que as declarações dos dirigentes tornaram o futebol. O futebol é um desporto que move milhões. As pessoas adoram futebol, mas este ruído estridente à volta prejudica os clubes, os jogadores e o espetáculo. E é lamentável que os dirigentes, que são as pessoas mais responsáveis dos clubes, não percebam que, às vezes, na tentativa de defender os interesses do clube, estão a prejudicar a imagem do próprio produto que querem vender. Este clima prejudica o produto que nós queremos vender, que são os treinadores e os jogadores.

Acredita por isso que se vivem dias de instabilidade?

Temos de nos sentar e conversar para acabar com isto e punir quem contribui para que esta instabilidade exista. Esta instabilidade é má para todos os agentes, sejam eles dirigentes, árbitros, jogadores ou treinadores. Nós todos queremos mais e melhor. Nós vivemos num mundo virtual, portanto qualquer coisa que se faça em qualquer lado no minuto seguinte já está a ser divulgada na zona mais distante do mundo. Tem que de existir um maior sentido de responsabilidade por parte dos nossos dirigentes. E quem não aceitar fazê-lo, tem de ser punido. Isto é um produto demasiado valioso. Exportarmos treinadores, exportamos jogadores. Não podemos estar a danificar tanto a nossa imagem como está a acontecer... 

Por outro lado, temos um campeonato animado e renhido...

Temos um campeonato muito interessante. Temos um Sp. Braga que encontrou um equilíbrio, na organização de jogo e na forma como está a ser gerido. A equipa está a trabalhar bem e que está a ser bem gerida. Aliás, o Braga poderia estar eventualmente, não tivesse sido este empate com o Feirense, a sonhar com algo mais. A luta a três está renhida e está mais difícil para o Sporting. Mas atenção, se nós tivermos em conta de que Benfica e FC Porto podem empatar, a distância diminui e o Sporting pode ganhar um novo fôlego na luta direta pelo título. Havendo uma vitória no Clássico, o título pode ficar aí decidido. Havendo um empate, haverá espaço para que o Sporting possa estar novamente na luta.

E no meio da tabela também há muita luta pelos lugares europeus... 

Sim, temos visto um Portimonense a fazer jogos extraordinários. Portanto, voltando à questão anterior, nós temos um futebol espetacular com as condições que temos. Temos os melhores treinadores do mundo porque temos menos condições de trabalho, em relação à maioria dos nossos colegas na Europa, e conseguimos com menos recursos ter melhores resultados. É isso que tem de ser valorizado.

E em relação ao vídeoárbitro, acredita que é um recurso útil? 

Acredito que todos os instrumentos, toda a tecnologia e tudo aquilo que trouxer verdade ao futebol devem ser implementados. Nós temos de aceitar, com maior ou menor dificuldade, que um árbitro que tem no jogo uma fração de segundo para tomar uma decisão possa errar. Pronto, errou, viu mal e não conseguiu ver bem o lance. Agora, torna-se impossível essa aceitação depois do telespetador estar a ver em casa os lances e as repetições e depois de toda a gente estar a ver que aconteceu a situação A e o árbitro decidir pela situação B de forma escandalosa. No fundo, há uma repartição do erro que deveria ser do árbitro por mais árbitros. 

Acredita então que existem falhas....

Sou a favor do vídeoárbitro, mas acho inaceitável um árbitro estar a ver as imagens, às repetições e depois de ver e rever os lances em questão tomar decisões erradas. Esses árbitros deveriam ser castigados de forma exemplar. Como já disse, uma coisa é decidirmos numa fração de segundo e é realmente muito difícil, mas o árbitro [VAR], que está sentado a ver as imagens, que vê e revê, e com toda a gente ver que passou-se a situação A, decidir a situação B e ninguém consegue explicar porquê. Isso é que é muito complicado de se perceber e e é isto que pode levar a um clima de suspeição e de desconfiança. Esta eventualmente relação que se comenta dessas coisas que andam por aí a falar, dos mails, de quem vai para aqui e para ali... esse clima prejudica o jogo.

Acredita que as coisas podem melhor na próxima temporada? 

O vídeoárbitro em si, sou totalmente a favor porque em situação difíceis para o árbitro, o vídeoárbitro pode estar tranquilamente, distante do jogo, do ruído do estádio, a ver os monitores e ajudar o árbitro a tomar a melhor decisão. Agora, temos assistido a erros inadmissíveis. Há muitas decisões, demasiadas, erradas por partes dos árbitros, isso é verdade. É um facto. A arbitragem tem que refletir sobre isso, sob pena de aumentar a desconfiança em torno dos árbitros. Nós temos excelentes árbitros, mas estes erros acabam por criar estes problemas. Mas estamos no início, e comparando com os outros países, acho que fomos pioneiros e esperemos que para o ano as coisas possam funcionar melhor.

*Leia também a primeira parte desta entrevista. 

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