Depois de uma importante vitória no Dragão, frente ao Sporting, e de um empate, a meio da semana, com o Liverpool, o FC Porto viaja esta semana até ao reduto do Paços de Ferreira.

Sérgio Conceição, técnico portista, fez este sábado a antevisão da partida agendada para amanhã, para as 20h15.

Análise ao jogo: A Mata Real é sempre um campo complicado. O Paços Ferreira é um clube que tem adeptos muito apaixonados e que apresenta sempre equipas competitivas. É uma equipa bem organizada que, sinceramente, a sua posição na tabela classificativa não tem correspondência com a qualidade.

Paços de orgulho ferido: Quando defrontamos um adversário não olhamos para a posição que ocupa na tabela. Preparamos o jogo em função daquilo que devemos fazer e das valias do adversário. Não olhamos para uma equipa e vemos se está na linha de água... Falou do jogo que fizeram com o Benfica e acho que, naquilo que foi a organização do Paços, foi uma equipa que sabe o que faz. Vamos encontrar muitas dificuldades e, volto a frisar, o Paços é uma boa equipa e muito competitiva. A qualidade que tem não é o reflexo dos seus últimos jogos. Foi isso que foi passado aos jogadores.

Sonho ou obsessão pelo título: O título nesta casa não tem de ser um sonho. Um sonho tem de ser para equipas que não estão habituadas a ganhar. Para nós é um objetivo claro... faltam 9 jornadas e 27 pontos. Estamos numa situação boa porque somos os primeiros, mas isso não chega. É preciso trabalhar e encarar os nove jogos como finais. O próximo jogo tem de ser sempre o mais importante. Não vamos mudar nada naquilo que é a preparação e motivação para o jogo. Temos é consciência de que à medida que o campeonato se vai aproximando do fim vai ficando mais complicado de acordo, também, com os objetivos dos outros.

Bruno Costa titular?: Fez o jogo da Champions porque tem feito um trabalho e percurso muito bom na equipa B. Pelas dificuldades [vários jogadores ausentes] achei que era momento de lhe dar uma oportunidade. Isso foi o jogo passado, amanhã vamos ver como vai ser.

Cinco ausências: Temos vivido com isso. Não só o FC Porto como todas as equipas. Trabalhamos para não ter lesionados, mas é absolutamente natural. Se gostava de ter todos? Claro que sim. Pela importância deste momento estes jogos vão ser muito importantes. Com a paragem para seleções esperamos poder recuperar alguns jogadores. Dei sempre muita confiança a todos os jogadores para que na ausência de um possa colmatar essa ausência. Temos que ir à luta com aqueles que temos, sempre com a mesma responsabilidade e motivação. Somos uma equipa que, se estivermos ao nosso nível, temos toda as condições para ganhar ao Paços.

Jogo com o Estoril e caso e-Toupeira. Clima de suspeição: Não vou falar muito sobre o tema. Já vinha preparado para estas questões, que são naturais. A partir do momento em que entramos no Olival toda a bicharada fica fora, seja toupeira ou não... contratos. Estamos completamente focados no nosso trabalho. No balneário não se comenta. A partir do momento em que entramos neste portão não pensamos nisso. Estamos atentos a todas essas situações e temos pessoas que falam sobre esses temas. De futebol falo eu e o presidente. 

Aboubakar a 100%: É uma pergunta interessante. Eu vi o jogo em plano aberto. Há comentador que quando vêem o jogo parecem mais treinadores que comentadores. O Aboubakar precisava do jogo com o Liverpool para ter algum ritmo competitivo. Para alguns talvez tenha sido estranho jogar um jogo da Champions depois de uma paragem de um mês. Aquilo que ganhou com os minutos no jogo do Liverpool foi importante para aquilo que pode fazer em Paços.

Liverpool [cânticos dos adeptos e emoção do treinador]: A nossa exigência é sempre máxima. Não há responsabilidade a mais ou a menos. Os nossos objetivos estão estabelecidos desde o início da temporada. Podemos não conseguir tudo o que queremos, mas isso faz parte do que é o futebol. 

Os adeptos com o Liverpool deram uma demonstração desta grande ligação que existe entre equipa e adeptos. Existe esta ligação porque a equipa faz com que os adeptos estejam ligados. Os jogadores sentem e eu sinto essa paixão e acreditar dos adeptos nesta equipa. Penso que isso, por si só, é demonstrativo da grandeza dos adeptos do FC Porto. Se verti uma lágrima? Isso não é o mais importante. Vejo o noticiário, vejo o que se passa na Síria e vêm-me as lágrimas aos olhos. Importante é a forma apaixonada como os adeptos gritaram naquele momento.

Intensidade e lesões: De acordo com os relatórios sobre os jogos, mais de 90% dos jogos corremos mais do que o adversário, ganhamos mais duelos, somos mais intensos e isso, aqui ou ali, pode pagar-se com uma situação que pode debilitar um jogador. Isto são dados que nós temos. Acho normal e natural que hajam lesões durante a época.