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"Pensei em abandonar o Cluj e regressar a Portugal, mas dei a volta"

Vítor Bruno é mais um português que se tem dado bem fora de portas. O futebolista português concedeu uma entrevista ao Notícias ao Minuto, onde falou da sua nova aventura. Confessa que sentiu muitas dificuldades, mas o jogador não está arrependido da mudança, falou do relevo que os portugueses têm na Roménia e revelou o momento da viragem do seu destino no Cluj.

"Pensei em abandonar o Cluj e regressar a Portugal, mas dei a volta"
Notícias ao Minuto

10:00 - 31/12/15 por Paulo Rocha

Desporto Vítor Bruno

O médio brilhou no ano passado ao serviço do Penafiel e conseguiu um bilhete para a Liga romena, onde se tem imposto como titular e é já um dos jogadores indispensáveis do treinador, Toni. Mas, em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, confessou que os primeiros tempos na Roménia não foram fáceis. 

Aos 25 anos, o futebolista assume algumas dificuldades iniciais em adaptar-se ao Cluj e à Roménia, mas a ajuda do contingente luso que integra o plantel, a ligação que o clube já tem a Portugal e a chegada da família, deram-lhe a estabilidade necessária para brilhar nos relvados. O talento estava lá e só teve de surgir naturalmente.

Porque decidiu rumar ao Cluj? O que é que o fez tomar essa decisão, a vertente financeira pesou mais do que a desportiva ou foi ao contrário?

Antes de mais, quero dizer que é sempre um gosto receber estes convites de Portugal. Bem, não foi uma decisão fácil. Tinha uma filha de apenas 1 mês de vida. Aquele estava a ser o melhor momento da minha vida e queria ao máximo aproveitar e estar junto da minha família. Esta decisão aconteceu pelo projecto em si, relembro que este clube nos últimos dez anos é o clube com mais taças conquistadas na Roménia, embora seja um clube que atualmente não está bem. Mas tem potencial. Outro facto foi a minha vontade de experimentar um futebol diferente, pôr-me à prova como profissional e como homem.

Sentiu muitas dificuldades em adaptar-se a um novo país, como disse recentemente numa entrevista, tendo mesmo pensado em abandonar o clube. Após a chegada da sua família disse sentir-se mais estável. Que importância teve para si a sua família?

Para mim, a família tem um significado muito forte. Nunca pensei sofrer tanto, admito. Como disse anteriormente, o nascimento da minha filha foi algo tão fascinante e tão especial que tê-la “deixado” prematuramente precipitou a minha dificuldade em me adaptar a diversas situações e de me impor na equipa. O querer abandonar e regressar esteve bem presente durante muito tempo. Sentia que não estava a corresponder como pai e isso era extremamente doloroso. Chorei, sofri e senti o que nunca tinha sentido na minha vida. Foram meses de uma dor interior muito grande e de uma instabilidade emocional gritante.

Que significado teve aquele primeiro golo que marcou com a camisola do Cluj, ainda mais quando aconteceu num jogo com história, com o Steaua? Na altura viu-se que ficou a pensar em algo, podemos saber no que lhe passou pela cabeça?

Esses momentos difíceis passaram na minha cabeça. Foi uma explosão de sentimentos. Ser jogador de futebol foi algo que sempre quis e sempre valorizei, porém não estava a corresponder. A ansiedade por marcar também aparecia em certos momentos. O golo apareceu contra o Steua, num jogo cheio de história e carregado de adrenalina. O facto de o CFR Cluj não ganhar contra o Steua há dez anos fez com que a vitória tivesse outra dimensão também. Não poderia ter escolhido melhor!

Qual é a importância de ter portugueses no balneário? O Dani, que se mudou para o Cluj na mesma altura, o Camora, o Filipe Nascimento, o Tiago Lopes, o Guima. Como é que eles funcionaram na sua integração?

É importante termos jogadores portugueses para falarmos quando mais precisarmos e também para nos ajudarmos mutuamente. Passamos bons momentos inicialmente, o que atenuou a falta que sentia da minha família.

Sente que a imagem deixada no clube por jogadores como o Cadú ou Tony foram essenciais para que haja agora tantos portugueses no clube? Sente que os romenos respeitam o português enquanto jogador?

Corroboro plenamente. São figuras incontornáveis do futebol romeno que deixaram a sua marca no clube e não tenho dúvidas que abriram novas portas para outros jogadores lusos. Creio que, acima de tudo, o jogador português já é respeitado em todo mundo devido à sua qualidade. Mais concretamente, aqui, há outros que também deixaram excelente impressão. Poderia falar de Mário Felgueiras, Manuel José, André Leão, o Filipe Teixeira e Geraldo que ainda jogam no Astra e são extremamente respeitados. E muitos mais que por aqui passaram fazem com que eles, romenos, acabem por ter uma aceitação e respeito pelo jogador português.

Quando chegou, falou em ser campeão. Actualmente o Cluj está a meio da tabela, as coisas não têm corrido como planeado?

De facto, isso é um dado inequívoco. Não estamos bem, temos vindo a revelar uma inconsistência exibicional muito grande e sofremos agora uma mudança na equipa técnica com a entrada de um treinador português experiente [n.d.r.: António Conceição]. Na minha opinião, a equipa tem qualidade, um potencial de crescimento elevado mas revelava algumas lacunas e desconexão com as ideias do último treinador. Temos a esperança que iremos conseguir reverter esta situação menos boa.

Quais são as principais diferenças entre o campeonato português e o romeno?

Há uma maior qualidade tanto em termos coletivos como individuais no campeonato português. A forma de trabalhar/pensar também é relativamente distinta pois em Portugal valoriza-se mais a bola e o domínio de jogo. No entanto, aqui também há qualidade e as equipas são muito competitivas e difíceis de bater. De certo modo, aqui há um grande equilíbrio competitivo e cerca de 4/5 equipas candidatas ao título enquanto na Primeira Liga temos claramente três equipas que vivem “quase num campeonato a parte” tal é a superioridade vincada ao longo da época face aos outros oponentes.

Leia o resto da entrevista em Desporto ao Minuto e siga toda a atualidade informativa em Notícias ao Minuto.

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