Francesco Farioli tinha pedido um FC Porto com 'ADN Jorge Costa' para triunfar, na noite de segunda-feira, na receção ao Vitória SC e foi essa versão que apareceu no Estádio do Dragão e que alcançou uma vitória por 3-0. Uma exibição impositiva e escassa na finalização.
Após uma semana difícil para os dragões, marcada pela morte de Jorge Costa, antigo capitão e diretor do futebol, os portistas dominaram jogo e ganharam de forma inequívoca diante de um adversário que, apesar de ser credenciado, nunca conseguiu criar grandes momentos de aperto ao rival.
É certo que a história podia ter sido diferente se Jorge Costa não tivesse morrido e se o encontro tivesse decorrido no passado sábado, como estava previsto. Mas o que fica deste arranque oficial da época para as duas equipas é um domínio azul e branco que foi inequívoco ao longo de toda a partida.
No jogo de estreia na I Liga para os dois treinadores - Francesco Farioli e Luís Pinto - as homenagens a Jorge Costa desdobraram-se ao longo da partida e até começaram antes do apito inicial de António Nobre. Os atletas portistas entraram em campo com o 'número dois' nas costas, o tal ao quadrado inédito que foi revelado antes do arranque da partida, mas foi o número três, traduzido nos golos marcados, que ganhou maior destaque nesta partida.
O entusiasmo perante este renovado FC Porto, que tinha dado boas indicações durante a pré-temporada, era visível nas bancadas, mas a primeira grande oportunidade pertenceu aos vimaranenses. Logo no primeiro minuto, Tiago Silva falhou por pouco o alvo. Os azuis e brancos fintaram o susto inicial e, aos 12 minutos, marcaram o primeiro golo da temporada. Após um contra-ataque muito rápido, Borja Sainz colocou a bola em Pepê, que 'picou' a bola com frieza por cima do guarda-redes Charles.
As oportunidades de golo do FC Porto foram-se multiplicando, perante um Vitória SC com dificuldades em acompanhar. Foi por isso, sem surpresas, que o segundo golo apareceu. Depois de ter visto um golo anulado, Samu inscreveu o seu nome na lista de marcadores com um cabeceamento fortíssimo para o fundo das redes, aos 32 minutos. Em cima do intervalo, Bednarek cortou aquilo que podia ter sido um golo de João Mendes.
O segundo tempo trouxe uma toada menos intensa por parte do FC Porto, mas dois problemas para Farioli, um deles mais grave do que o outro. Bednarek e Martim Fernandes saíram do terreno de jogo com lesões, sendo que o jovem defesa teve de deixar o relvado em maca. O prenúncio de uma lesão mais grave para o esquerdino.
Apesar desta versão mais cautelosa no segundo tempo, o FC Porto acabou por elevar ainda mais a contagem. Após um centro de Zaidu, que rendeu o lesionado Martim Fernandes, houve um primeiro remate de Stephan Eustáquio que culminou numa defesa incompleta de Charles. Na recarga, Samu bisou e fixou o resultado.
Mas vamos às notas desta partida:
Figura
Exibição muito positiva de Samu. O espanhol apontou dois golos na partida, mas podiam ter sido muitos mais. Talvez algo 'pressionado' pela presença de Luuk de Jong no banco de suplentes, o dianteiro evidenciou muita confiança ao longo do tempo em que esteve em campo. Foi um autêntico farol na frente de ataque.
Surpresa
Em estreia oficial pelos azuis e brancos, Bednarek ofereceu uma estabilidade defensiva ausente em muitos momentos na época 2024/25. Foi o autêntico patrão da defesa enquanto esteve em campo, com vários cortes em alturas cruciais. Imperial no desarme e também no posicionamento, acabou por sair lesionado.
Desilusão
Toni Borevkovic foi uma das figuras negativas no Vitória SC na última noite. Numa altura em que está a ser associado a uma saída do conjunto de Guimarães, o central croata somou vários erros em toda a partida. Foi presa fácil para os avançados do FC Porto.
Treinadores
Francesco Farioli
Na antevisão, o treinador italiano tinha pedido uma equipa que personalizasse em campo o legado de Jorge Costa. O que se viu no Dragão foi uma equipa com o espírito combativo que caraterizava a lenda portista. O domínio dos dragões foi patente em grande parte do jogo. E mesmo quando isso não aconteceu, os azuis e brancos foram astutos o suficiente para não colocarem em perigo a sua baliza.
Luís Pinto
O Vitória SC não demonstrou os argumentos necessários para sair do Estádio do Dragão com outro resultado que não a derrota que levou para casa. Foram poucas as oportunidades de perigo criadas junto da baliza de Diogo Costa, salvando-se apenas a melhor fase do jogo no final da primeira parte, momento em que faltou eficácia na finalização.
Arbitragem
Exibição globalmente positiva da equipa de arbitragem liderada por António Nobre. Decidiu quase sempre bem e manteve o critério disciplinar ao longo da partida.
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