Arne Slot falou, esta terça-feira, sobre o momento atravessado pelo Liverpool e pelos membros da equipa comandada pelo neerlandês após a morte de Diogo Jota. O treinador acabou por recordar a ida ao funeral e todas as emoções que o plantel sentiu desde que foi anunciada a morte do colega de equipa e do irmão André Silva.
"Em primeiro lugar, teve um grande impacto em nós, mas nada comparado com a perda que sentem os seus pais, a sua mulher Rute, os seus filhos e a sua restante família. Assim, o primeiro sentimento que todos temos é de tristeza. O segundo sentimento que me vem à cabeça é o orgulho. Penso que os seus pais e a Rute podem estar muito orgulhosos do jogador e da pessoa que ele era, sobretudo da pessoa", começou por dizer em declarações à DAZN.
"Falei com muitos dos seus colegas de equipa, falei com muitos elementos do staff e todos falam tão bem dele e todos dizem que era uma pessoa muito simpática. Que ele foi sempre ele próprio, pelo que deveriam estar e estariam muito orgulhosos se pudessem ouvir o que todos os seus colegas de equipa e elementos do staff diriam sobre ele", continuou.
"Em segundo lugar, penso que os nossos adeptos podem estar muito orgulhosos dos jogadores que temos neste clube. Os adeptos viram-nos ganhar a liga, o que foi um grande feito, mas o que fizeram na última semana, a união que tiveram, a forma como se comportaram quando estivemos juntos em Portugal, os adeptos não podiam ter pedido mais aos nossos jogadores no que diz respeito à qualidade de seres humanos que são. Portanto, sim, essas são as duas emoções. É claro que a primeira emoção de tristeza é muito mais forte do que a de orgulho, mas são as duas", acrescentou o treinador do Liverpool.
Sobre a visita ao memorial presente em frente ao estádio de Anfield, Arne Slot não escondeu a emoção, não conseguindo colocar os sentimentos em palavras.
"É quase impossível pôr alguma coisa em palavras neste momento. Mas ambos sentimos que era a coisa certa a fazer, ir lá e prestar a nossa homenagem. Não só eu, mas também a minha mulher. Prestar-lhe homenagem, ao seu irmão, à sua família. E para ver... Falando novamente do orgulho, a forma como os nossos adeptos mostraram o quanto se preocupam com este clube depois de termos ganho a liga contra o Tottenham, o quanto adoraram o clube quando estávamos a fazer o desfile, este é o clube", confessou.
"Quando se joga neste clube, é inacreditável quando se ganha alguma coisa. Mas em momentos de tragédia, penso que também é inacreditável o que estes fãs estão a fazer. Assim, os adeptos não podem ter melhores jogadores a jogar para eles. Mas penso que nós, enquanto jogadores e equipa técnica, não podemos ter melhores adeptos a apoiar-nos. Mas não são só os adeptos. No desfile, foram apenas os adeptos do Liverpool, o que presumo. Desta vez foi a cidade toda, não foi só Liverpool, foram também os adeptos do Everton e não só desta cidade, mas também de todo o país e do mundo. Mas representar este clube nesta cidade, agora significa ainda mais para mim, para a minha mulher, do que antes", reiterou o neerlandês.
Número 20 será eternizado no Liverpool
O clube tomou a decisão, que já vinha a ser pedida pelos adeptos ingleses, de retirar o número 20 - que era usado pelo internacional português ao serviço do Liverpool - não só da equipa principal, como de todas as equipas de formação dos reds. Arne Slot considera que "era a única coisa" que o clube "devia e podia fazer".
"Levá-lo-emos sempre connosco nos nossos corações, nos nossos pensamentos, para onde quer que vamos. Talvez especialmente nos momentos difíceis, por causa do que acabei de dizer, mas em qualquer momento em que estejamos aqui, levá-lo-emos connosco nos nossos pensamentos e nos nossos corações. Retirar a sua camisola é, penso eu, a única coisa que podíamos, devíamos e fizemos", concluiu.
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