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"Acredito a 100% que serei o próximo número 9 da seleção"

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, Francisco Mascarenhas, uma das surpresas da época na Liga Revelação, que está de saída do Portimonense e, aos 22 anos, não esconde que tem como objetivo, num futuro próximo, estrear-se na I Liga e chegar à equipa das quinas.

"Acredito a 100% que serei o próximo número 9 da seleção"
Notícias ao Minuto

08:00 - 15/06/22 por Rodrigo Querido

Desporto Exclusivo

A Liga Revelação, comummente tratada por campeonato nacional de sub-23, foi criada em 2018/19, para dar um novo espaço competitivo aos jovens que saíam dos juniores, a última fase do processo de formação e que, na sua grande maioria, não tinham um lugar nas equipas principais.

A prova, que segue agora para a quinta época desportiva, serviu de palco para muitos jovens jogadores mostrarem as suas qualidades e provarem que merecem um lugar nas equipas principais. E um dos jovens que brilhou neste escalão secundário foi Francisco Mascarenhas.

Depois de ter feito grande parte da sua formação no Estoril, o jovem decidiu deixar a zona de conforto, em Cascais, e rumar ao Portimonense, onde chegou há duas épocas. Após uma primeira temporada de adaptação, o dianteiro foi um dos destaques da equipa algarvia, ao ponto de se ter despedido da época que agora findou com o título de melhor marcador da fase de apuramento de campeão da Liga Revelação, tendo sido, inclusive, considerado pelo Sindicato dos Jogadores como o terceiro melhor jogador da prova na última temporada.

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o avançado, que está de saída dos algarvios após terminar contrato, não esconde que tem como ambição chegar à I Liga a breve trecho, de onde já surgiram alguns convites tendo em vista a próxima temporada desportiva.

Aos 22 anos, e apesar de não ter nenhuma passagem pelos escalões mais jovens das seleções nacionais, Francisco Mascarenhas não tem dúvidas de que irá ser opção para Portugal num curto espaço de tempo.

A época passada coincidiu com a minha primeira experiência fora de casa e posso dizer que a mudança foi um grande choque.

No verão de 2020 houve uma mudança para a equipa sub-23 do Portimonense, depois de a formação ter sido feita quase toda ao serviço do Estoril. O que o levou a tomar esta decisão?

O Estoril foi onde fiz a minha formação e é, provavelmente, o clube pelo qual tenho mais carinho, porque criei uma grande relação com todos. A decisão de sair esteve relacionada com o facto de sentir que era o melhor para mim ao nível do crescimento da minha carreira. Queria sair da minha zona de conforto.

Mas sentiu alguma falta de perspetiva para chegar à equipa principal, dado que o Estoril até tem apostado em alguns jovens provenientes das camadas jovens?

Se me perguntarem se em todo o tempo que estive lá senti que ia ser aposta, eu vou responder que não. Todos os jogadores têm os seus momentos. Fiz pré-épocas com a equipa principal e, nesse aspeto, cheguei a ser o melhor marcador da pré-época. Mas acabei por ir para os sub-23. Eu assinei contrato profissional quando ainda era júnior. Nessa altura, acabei a época de juniores e fui treinar ao Sporting, mas o Estoril acabou por me fazer uma proposta. Entre ir assinar contrato de juniores pelo Sporting e ter a perspetiva de poder ir para a equipa principal do Estoril, decidi ficar na Amoreira.

Notícias ao Minuto Francisco Mascarenhas esteve seis épocas no Estoril© DR  

Segue-se depois o Portimonense, onde completou agora a segunda época. Como foi esta experiência no Algarve?

Foi fantástica. Foram duas épocas de um crescimento muito grande, como jogador e como homem. Foi a primeira experiência fora de casa e primeira vez fora da minha zona de conforto. Para mim, foi muito bom. Tive de me adaptar ao viver sozinho, ao facto de chegar a casa e ter de cozinhar o meu jantar. Tudo isso me fez crescer muito como homem.

Depois de uma época sem golos, esteve em destaque nesta temporada, ao ponto de ser o melhor marcador da fase de apuramento de campeão da Liga Revelação. Qual a razão para este sucesso?

Foi sobretudo pela mudança na parte mental. A época passada coincidiu com a minha primeira experiência fora de casa, como já disse, e posso dizer que a mudança foi um grande choque. Nunca tinha lidado com isto. Estive sempre no mesmo clube, sempre em casa e no conforto dos pais, da irmã e dos amigos. O primeiro ano no Portimonense foi de grande adaptação para mim. Também tive de me adaptar à minha primeira lesão, porque eu nunca tinha tido lesões até então. Acabei por ter algumas inseguranças devido à lesão. O facto de estar fora de casa e de me ter lesionado pela primeira vez foi mentalmente desgastante. Mas devido a esta situação tornei-me muito mais forte mentalmente e este ano voltei muito mais preparado para tudo o que pudesse acontecer.

Notícias ao Minuto Jovem marcou nove golos nesta temporada© DR  

E ficou satisfeito com o rendimento em campo este ano?

Claro que sim. Sem comparar com o ano anterior, porque penso nele como um ano de crescimento, olho para esta época e digo que foi muito boa, de afirmação. Fui o melhor marcador da fase final e fui considerado pelo Sindicato como o terceiro melhor jogador da Liga Revelação.

E sobre esse mesmo prémio entregue pelo Sindicato de Jogadores, pode-se dizer que sentiu um sabor amargo depois da época que realizou?

Não, claro que não. Logicamente que nunca fico satisfeito com um terceiro lugar. Tenho sempre o objetivo de ser o primeiro, como é óbvio, mas é sempre muito gratificante estar entre os melhores.

As boas exibições nos sub-23 valeram a promoção à equipa principal. Ficou satisfeito com esta aposta que o clube fez em si?

Quando estamos nos sub-23, o grande objetivo é chegar à equipa principal para nos conseguirmos estrear na I Liga. O facto do Paulo Sérgio [treinador do Portimonense] me ter chamado para os treinos da equipa principal mostra que parte do objetivo de chegar à I Liga estava cada vez mais perto.

Sinto que estou numa fase em que tenho uma margem de progressão muito grande e que mudar de ares vai proporcionar-me ser um jogador ainda melhor.

Está de saída do Portimonense no final da época, apesar do interesse do clube em continuar contigo. Porque tomou esta decisão?

Os dois anos do Portimonense provaram-me que estou pronto para viver sozinho, seja em Portugal ou noutro país. A distância não me diz tanto agora. Quanto à saída do Portimonense, decidi que o melhor para mim era apostar noutro clube. Sinto que estou numa fase em que tenho uma margem de progressão muito grande e que mudar de ares vai proporcionar-me ser um jogador ainda melhor. Acredito que, mesmo ficando no Portimonense, o meu lugar seria na I Liga, mas, neste momento, decidi que o melhor para mim era a saída.

E já tem algum projeto em vista?

[Risos] Não tenho nada assinado com ninguém. Há boas possibilidades de alguns clubes da I Liga e da II Liga, mas também do estrangeiro. Agora é tempo de analisar tudo e depois decidir.

Com 22 anos, já passou por todos os escalões no que a seleções diz respeito, mas nunca foi chamado. Espera que isso aconteça no futuro?

Claro que o meu objetivo continua a ser chegar lá e acredito a 100% que serei o próximo número 9 da seleção portuguesa.

Gonçalo Ramos ou Fábio Silva? Acredito que em breve estarei no patamar deles e a fazer tantos ou mais golos que eles.

E não teme passar despercebido nesta vaga, tendo em conta que há jogadores com passado nas seleções mais jovens, como o Gonçalo Ramos e o Fábio Silva, e que têm mais rotinados nestas lides da seleção?

Não porque acredito que, em breve, e estando a jogar nas principais ligas, seja na I Liga ou lá fora, e fazendo golos por lá, conseguirei, digamos assim, acabar por ser uma concorrência para eles. É importante ter essa concorrência saudável entre jogadores da minha idade. Acredito que em breve estarei no patamar deles e a fazer tantos ou mais golos que eles. Não temo isso de chegar tarde à seleção porque acredito muito em mim.

Que características o definem como jogador? E considera-se mais um avançado ou um extremo direito?

Prefiro jogar na posição de número 9. Sou um avançado muito rápido, móvel, com golo, bom posicionamento dentro da área e que trabalha bem para a equipa. Todas as equipas gostam de ter esse ponta de lança móvel, que é muito importante para jogos em contra-ataque e atacar os espaços livres na profundidade. Daí que também goste de jogar por trás de um ponta de lança fixo.

Que ídolo tem no futebol?

Tenho dois. O Cristiano Ronaldo porque admiro muito a capacidade de trabalho dele, eu também sou um jogador muito trabalhador. Depois também gosto muito do Zlatan Ibrahimovic pela parte mental. Normalmente faço muito as brincadeiras como o Zlatan faz, de que sou o melhor [risos], e nas quais eu acredito.

Leia Também: "Matheus Nunes no Estoril? Via-se que tinha grande margem de progressão"

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