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"Se os grandes não defenderem a indústria, não estaremos cá muito tempo"

Presidente do Sporting concedeu esta quarta-feira entrevista ao 'Jornal da Noite', da SIC.

"Se os grandes não defenderem a indústria, não estaremos cá muito tempo"
Notícias ao Minuto

21:42 - 06/05/20 por Notícias Ao Minuto

Desporto Frederico Varandas

Frederico Varandas, presidente do Sporting - que se juntou ao combate à pandemia de Covid-19, defendeu, em entrevista à SIC, esta quarta-feira, que será necessário repensar os modelos do futebol português.

Lembrando que apesar das rivalidades, nesta altura, para fazer face à crise, será necessário união entre os grandes, Varandas defende que será necessário algum tempo para os clubes conseguirem voltar à normalidade.

"Se o futebol profissional não pode arrancar, que empresa em Portugal pode? Não há nenhuma empresa em Portugal onde os trabalhadores tenham tão boas condições e tão poucos fatores de risco. O grande problema vai ser o mercado de transferências, de onde vem 50% das receitas, das vendas de jogadores. O mercado português é exportador de jogadores. Vai demorar uns bons anos para os clubes grandes voltarem a ter a capacidade financeira que tinham antes da pandemia", começou por referir, lembrando, então, essa necessidade de união entre os clubes, mas lembrando que os jogadores desvalorizaram, dando o exemplo de Bruno Fernandes.

"O que é que vale hoje um jogador de futebol? O Bruno Fernandes foi vendido por 65 milhões de euros em janeiro. Hoje, se calhar, o valor dele será 30, 20... ninguém sabe. Não tenho qualquer dúvida, nem Benfica nem Porto, a percebermos que vai demorar uns bons anos para os clubes grandes voltarem a ter a capacidade que tinha antes da crise da Covid", continuou.

"Já não estou a falar das limitações que o Governo nos está a informar. Para o ano talvez tenhamos de vender só um quarto dos estádios e isso significa um quarto de receita de bilhética, de sponsors, de patrocinadores, parceiros. Vai ser uma nova realidade e um problema gravíssimo. Num momento como este, há o instinto de sobrevivência e se os grandes não defenderem a indústria do futebol numa altura destas, não estaremos cá muito tempo", acrescentou, falando depois sobre o ajustamento financeiro realizado pela sua direção e o que isso poderá ajudar na resposta aos tempos que se avizinham.

"Nenhum clube estava preparado para esta crise. Ajudou muito as medidas que tomámos desde setembro de 2018. O facto de termos reduzido em muitos milhões o custo na equipa principal e aumentado o investimento na formação, ajudou-nos a estar um pouco melhor preparados. Mais do que nunca o Sporting vai ter de sobreviver da formação", defendeu.

"Ruben Amorim? Recebi um mail do meu banco a dizer que podia atrasar os meus pagamentos. O Governo fez igual. A única coisa foi porque o Sporting não fez um pagamento na data x. Não vou alimentar mais essa novela. O Sporting é um clube de bem e vai pagar o que deve. Como o Sp. Braga, o Sporting tem cinco ou seis clubes que não lhe conseguem pagar agora. Eu não vou é para a praça pública expor isso", termina.

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