Tida como uma das grandes esperanças do futebol inglês, Paige Williams decidiu colocar ponto final na carreira aos 25 anos e dedicar-se aos bombeiros após uma série de experiências pouco felizes, a última das quais ao serviço do Real Madrid.

Em entrevista concedida, esta segunda-feira, à estação televisiva britânica BBC, a agora ex-lateral-esquerda, que na última temporada atuou ao serviço do Birmingham City, disse ter passado por "uma pequena crise de identidade", que a motivou a desistir do futebol.

"Estive à experiência ou treinei com bastantes equipas. Estive com o Liverpool durante grande parte da pré-época, passei algum tempo no Brighton e depois fui para Espanha, onde me fartei. Pensei, verdadeiramente, que ia jogar pelo Real Madrid", confessou.

"Todos me fizeram crer que ia para o Real Madrid. Numa manhã, passava pelo Marcelo, dizia-lhe 'bom dia a caminho do treino e partilhávamos instalações. Mas uma das jogadoras não saiu emprestada, o que significou que não conseguiam libertar um espaço para mim", acrescentou.

"Foi como se tudo me estivesse a afastar, porque havia fatores que não conseguia controlar na obtenção dos contratos. Quando a transferência não se materializou, tive de começar a pensar. Dentro de cinco ou seis anos, quando tiver 30 ou 31, vou estar no mesmo barco, com pouco tempo pela frente?", questionou.

Foi então que Paige Williams se decidiu: "Não quero ser um zé-ninguém. A minha mãe disse 'Vais ter de encontrar um emprego'. Consegui um no armazém da Farmfoods, a repor stock. Era eu e 50 homens num armazém sujo, a acartar 200 paletes de coca-cola, a embrulhá-las e a colocá-las numa carrinha".

"Sabia que ia ser duro entrar para os bombeiros. É um processo louco. Após a fase de candidaturas, és convidada para um dia de treinos, mas é muito diferente aos testes de futebol que tinha feito (...). Depois passas por outro dia de avaliação, a trabalhar em grupo, a dar informações e numa entrevista final. Quando me mediram para o equipamento, pensei 'Wow, é agora'", completou.

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