O nome de Anders Andersson diz-lhe alguma coisa? Sim, aquele médio sueco que chegou a Portugal no verão de 2001 para vestir a camisola do Benfica e que em janeiro de 2004 assinou pelo Belenenses. Pois bem, Andersson não esquece os bons momentos que viveu em Portugal e garante que as memórias não poderiam ser melhores. Num relato escrito na primeira pessoa no Sportbladet, o antigo jogador sueco até recorda a forma como os portugueses encararam o facto de ter aprendido a língua portuguesa e deixa rasgados elogios aos adeptos encarnados.
"Todas as alturas são especiais, mas o verão de 2001 foi algo fora do comum para mim. Viajar para Lisboa e assinar pelo Benfica foi esmagador, algo muito maior do que qualquer outra experiência que tive no futebol. Para um sueco era difícil de entender. O facto de ter um clube interessado em Portugal foi um grande choque. O meu agente Roger Ljung disse-me que íamos para Lisboa negociar contrato, fazer exames médicos e possivelmente assinar pelo Benfica", começou por recordar Andersson, prosseguindo.
"Mal aterrei em Lisboa, desci do avião e logo ali na rua estavam vários jornalistas que me perguntavam: 'Vais assinar Andersson?'. Ali aprendi rapidamente que não existem segredos em Portugal. Eles sabem de tudo. O interesse é muito grande para qualquer coisa passar despercebida. Foi no Benfica que recuperei a minha carreira", explicou o antigo número 7 das águias. Por norma, o Benfica costumava comprar cinco ou seis jogadores por temporada. Compraram o Simão Sabrosa do Barcelona o Zahovič ao Valencia, o Drulović ao FC Porto e um jovem avançado chamado Mantorras. Ele tinha apenas 19 anos e muitos pensavam que ele seria um dos melhores jogadores do mundo e o novo Eusébio", explicou , antes de fazer uma comparação com o Manchester United.
"A última coisa que fizemos antes do início da temporada foi disputar um jogo particular com a Fiorentina e estavam 85 mil pessoas a ver. O estádio era antigo, eles ainda não tinham começado a construir o novo estádio para o Euro'2004, mas [o velho] era ainda mais poderoso. Eu conheci Old Trafford com os adeptos a cantar 'You Are My Sunshine' para o Ole Gunnar Solskjaer. É muito poderoso, mas não é tanto como o Benfica. A paixão no Benfica é tão forte. Há tantas pessoas onde quer que vás", vincou.
Portugal, o segundo país de Andersson
Andersson garante que a passagem por Portugal mudou por completo a forma como passou a encarar a vida.
"Portugal influenciou o meu modo de pensar e o meu modo de vida. É como um segundo país de origem para mim. Tanto eu como a minha mulher temos ligações fortes ao Benfica e a Portugal. Tivemos durante vários anos uma casa lá que arrendámos. Estar noutro país e sentires que estás em casa é ótimo. Os nossos filhos já estiveram em Portugal muitas vezes e eu faço um esforço para que eles entendam a língua", rematou o antigo médio sueco.
Refira-se que Andersson acumulou um total de 57 jogos oficiais ao serviço do Benfica, tendo apenas marcado um golo diante do Paços de Ferreira. Pelo Belenenses jogou durante uma época e meia e acabou com um registo de 39 partidas.