Bruno Lage falou, ao início desta tarde, aos jornalistas na conferência de imprensa de antevisão ao duelo desta terça-feira com o Famalicão, para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal.
O que se destaca no Famalicão: Tem uma dinâmica muito forte. Coloca muita gente à frente da linha da bola, gente com qualidade na construção. Joga em 4-3-3 e os dois médios jogam na profundidade e na largura. Por vezes, olhamos para os corredores e temos um lateral, um médio e um ala. São dinâmicos pouco casuais que teremos de contrariar. É uma equipa muito competente em termos de construção. Nos dois jogos em casa tentámos anulá-los. Curiosamente, o primeiro golo deles surge quando estamos organizados e com muita gente atrás da linha da bola. Por isso, acho que temos de manter o que temos vindo a fazer.
Benfica demasiado previsível?: Não, há o outro lado da questão: em termos ofensivos não somos previsíveis. Entre novembro e dezembro, senti isso. Mas agora, em termos ofensivos a consegue reinventar-se. Durante um ano, conseguimos esconder os nossos problemas. Agora esses problemas são mais visíveis porque dão golos. Temos pontos onde somos menos bons, que escondemos por muito tempo. O trabalha passa por ser o mais competente possível em todos os momentos. Não havendo espaço no campo, há espaço no auditório, para ver vídeos, o que também é muito importante. É importante perceber o que correu menos bem em cada jogo, independentemente do resultado. Vejam a importância que o Rúben Dias tem tido no momento de construção, no ano passado não tinha. Sentimos esse crescimento há três ou quatro meses, mas agora é mais visível porque as jogadas acabam em golo. Se não é uma assistência, é o passa antes.
Importância das derrotas de Benfica e Famalicão antes da Taça: Acho que não tem peso. São competições diferentes, as equipas encontraram-se há cerca de uma semana. São jogos diferentes, esta vantagem de 3-2 não nos dá garantias de nada. Sinto uma vontade enorme de voltar a jogar bem, principalmente sem bola, porque com bola a equipa tem estado bem. O nosso jogo ofensivo tem uma qualidade inegável. A forma como marcamos dois golos no Dragão deixa-nos satisfeitos, não é fácil. Mas depois há o outro lado, sofremos três golos. Nos últimos dez marcar dois golos no Dragão é sinónimo de pontos. Nos últimos quatro anos marcou-se quatro vezes dois golos, e esta equipa fê-lo em duas ocasiões. Quem marca dois golos naquele estádio tem de sair de lá com pontos.
Declarações sobre a perda de dentes no Clássico: Referi apenas que o Taarabt perdeu o dente, não tem a ver com o árbitro. Existem dois tipos de agressividade e o FC Porto tem a sua forma de: agressividade positiva nos duelos individuais e com bola; depois há aquilo que não é cívico mas, para isso, estão lá os árbitros para analisar. Saímos do Dragão sem pontos e menos um dente.
Situação clínica e multa de Gabriel: O Gabriel continua com a sua situação, serão informados através do boletim clínico. Eu estou aqui há 13 meses e nunca vi ninguém ser multado por não comer a sopa no final do jogo.
Golos sofridos pelo Benfica nos últimos jogos: Não é uma questão individual, nem da nossa linha defensiva, mas sim uma questão coletiva, que se resume a ser efetivos na pressão que fazemos. Temos que ter uma maior taxa de sucesso nos duelos individuais, não basta ter a intenção de pressionar, temos de condicionar as saídas do adversário.
Árbitros estrangeiros: Não costumo falar sobre árbitros, não vou comentar, apenas dizer o seguinte: no final do jogo cumprimentei o Artur Soares Dias e, depois, cruzei-me com ele e pedi-lhe desculpas por ter entrado em campo. Ele recordou-me que já havia passado uma vez, mas que, desta vez, tinha mesmo de me mostrar o amarelo.
Estado da equipa: A equipa fisicamente vai estar bem, estamos a meio da recuperação, mas temos a indicação de que a equipa estará fresca no jogo. Em termos motivacionais, a equipa está desejosa de ir a jogo, e ainda bem que este jogo tem esta importância porque a equipa quer dar uma resposta. Temos a ambição de vencer. O jogo é uma final que nos pode dar a oportunidade de disputar uma final.