Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque foi palco de protestos
Ativistas protestaram sábado contra uma família proeminente que está relacionada com a crise dos opióides, desenrolando bandeiras e espalhando frascos de comprimidos no Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque.
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Cultura Estados Unidos
O jornal New York Times informou que o protesto começou logo após as 16:00 (hora local) de sábado dentro da ala Sackler daquele museu.
O nome daquela ala do museu tem a ver com o facto de os irmãos Arthur, Mortimer e Raymond Sackler terem doado 3,5 milhões de dólares ao museu ainda durante a década de 1970.
Os Sacklers também possuíam a Purdue Pharma, uma empresa que desenvolveu o OxyContin, uma substância que tem sido amplamente referida como estando na origem de muitas mortes por 'overdose'.
O protesto foi liderado pelo fotógrafo Nan Goldin, cujo trabalho foi exibido em muitos museus, incluindo o Met.
Um porta-voz do museu não quis comentar, e uma porta-voz da família Sackler e um porta-voz da empresa Purdue não responderam aos pedidos de comentários feitos pelos jornalistas.
A Purdue Pharma, que é o fabricante do medicamento opiáceo mais vendido nos Estados Unidos, anunciou recentemente que ordenou aos seus vendedores que não encorajem os médicos a receitar medicamentos para a dor que, alegadamente, possam provocar dependência química.
A Purdue Pharma, que foi referida num relatório de uma senadora democrata como sendo uma das empresas farmacêuticas que alegadamente contribui para uma "epidemia de mortes" relacionadas com o consumo de medicamentos opiáceos, revelou, através do Twitter e na sua página oficial, que deixará de promover, junto dos médicos, o popular analgésico OxyContin.
"Reestruturámos e reduzimos significativamente a nossa operação comercial, e os nossos representantes de vendas já não promoverão os opioides junto dos médicos prescritores", garante a empresa farmacêutica, uma das maiores e mais poderosas da América.
De acordo com o relatório da senadora de Missouri Claire McCaskil, divulgado na terça-feira, as empresas farmacêuticas que vendem alguns dos analgésicos de prescrição mais lucrativos terão contribuído para uma "epidemia de mortes" na América, relacionadas com o consumo de medicamentos opiáceos.
A senadora garante que prescrição excessiva de medicamentos para a dor terá provocado o vício de milhões de americanos, assim como uma explosão de overdoses fatais, entre as quais as dos músicos Prince e Tom Petty.
Numa análise pelas várias áreas geográficas do mundo, um relatório recente do Órgão Internacional de Fiscalização de Estupefacientes (INCB), relativo a 2017, destaca, entre outras situações, a grave e mortífera epidemia de opioides (substância, natural ou sintética, que possui propriedades e efeitos semelhantes aos do ópio) que atravessa países como os Estados Unidos ou o Canadá.
O relatório anual do Órgão Internacional de Fiscalização de Estupefacientes (International Narcotics Control Board -- INCB, na designação em inglês), um organismo independente que monitoriza a aplicação das convenções internacionais das Nações Unidas para o controlo de drogas, refere que em 2016, só no território norte-americano, as mortes por 'overdose' de opióides ultrapassaram as 64 mil.
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