Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Um "cenário universal" para óperas de Leoncavallo e Zemlinsky

O Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC) estreia na sexta-feira as óperas "Pagliacci", de Leoncavallo, e "Der Zwerg", de Zemlinsky, numa estrutura cénica comum - "um cenário universal criado por José Capela" -, anunciou a sala lírica lisboeta.

Um "cenário universal" para óperas de Leoncavallo e Zemlinsky
Notícias ao Minuto

20:20 - 28/03/17 por Lusa

Cultura Teatro

A ópera "Pagliacci" ("Os Palhaços") é encenada por Rodula Gaitanou, e "Der Zwerg" ("O Anão"), que é apresentada pela primeira vez em Portugal, tem encenação de Nicola Raab.

Com a conjugação destes dois títulos líricos, o diretor artístico do TNSC, Patrick Dickie, pretende apresentar "obras de inequívoca qualidade musical que, pela sua duração mais reduzida, não são assíduas das principais casas de ópera", segundo comunicado enviado à agência Lusa.

Patrick Dickie, lê-se no mesmo texto, propõe "combinações menos convencionais que suscitem, por isso mesmo, a curiosidade do público e que motivem respostas cénicas determinantes para a unidade do espetáculo, assinadas por equipas artísticas maioritariamente compostas por jovens portugueses".

Este é "o primeiro de uma série de três espetáculos que apresentam duas óperas cada e que serão estreados até 2019".

"Serão novas produções com uma componente visual forte, músicas extraordinariamente bonitas, espetáculos singulares que, no final, permitirão uma outra leitura de conjunto".

Relativamente ao atual programa, "conjuga o grande sucesso de Leoncavallo com a estreia em Portugal de 'Der Zwerg', um espetáculo com uma importante componente visual, assente num cenário universal criado por José Capela, que combina com ambas as encenações", e num conjunto de figurinos assinados por Mariana Sá Nogueira que, tal como o cenógrafo, se estreia no palco de São Carlos.

O desenho de luz é de Rui Monteiro.

"A homogeneidade do espetáculo resulta, antes mesmo da componente criativa da produção, dos pontos de contacto que ambas as óperas apresentam do ponto de vista do libreto, nomeadamente a deformação física, elemento fatídico no caso de Tonio e do anão, personagens centrais" das duas óperas.

Trinta anos exatos separam o 'verismo' de "Pagliacci" (1892), leal à corrente literária italiana surgida em finais do século XIX, com base nos princípios do realismo, do 'expressionismo' de "Der Zwerg" (1922), inserido no movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX, transversal aos diferentes campos artísticos.

Todavia, realça o TNSC, "se em 'Der Zwerg' a infanta Donna Clara se cansa do seu brinquedo vivo de triste figura, também Nedda, em 'Pagliacci', repele o palhaço Canio, preterindo-o por Sílvio, deixando evidente, para os dois homens, que a dolorosa recusa do amor só é resgatável pela morte".

A Orquestra Sinfónica Portuguesa, nas duas óperas, é dirigida pela maestrina Joana Carneiro, contando ambas com a participação do Coro do TNSC. O Coro Juvenil de Lisboa, cujo maestro titular é Nuno Margarido Lopes, participa em "Pagliacci".

Quanto aos elencos, "Pagliacci" conta com as prestações de Peter Auty, Norah Amsellem, Igor Gnidii, Carlos Guilherme, Thomas Lehman, João Queirós e João Rosa, enquanto "Der Zwerg", conta com os desempenhos de Peter Bronder, Sarah-Jane Brandon, Dora Rodrigues, Nuno Pereira, Carla Caramujo, Filipa van Eck, Carolina Figueiredo, Ana Franco e Carmen Matos.

"Pagliacci", de Leoncavallo, e "Der Zwerg", de Zemlinsky, sobem à cena no TNSC, na próxima sexta-feira, e nos dias 04, 06 e 08 de abril, às 20:00, e no dia 02 de abril, às 16:00.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório