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Novo filme da Pixar explora origem das almas com 1.º protagonista negro

O novo filme da Pixar, 'Soul', que se estreia na sexta-feira, é a primeira longa-metragem do estúdio de animação que se centra num protagonista negro, interpretado pelo ator Jamie Foxx.

Novo filme da Pixar explora origem das almas com 1.º protagonista negro
Notícias ao Minuto

13:13 - 21/12/20 por Lusa

Cultura Filmes

Tina Fey, Angela Bassett e Phylicia Rashad dão voz às outras personagens principais, sendo que o filme tem também a participação da atriz brasileira Alice Braga.

"Penso que a nossa cultura é incrível. E muita gente, particularmente em Hollywood, diz que para apelarmos a uma audiência mais vasta temos de nos afastar dela", disse o co-realizador Kemp Powers, numa conversa com jornalistas em Los Angeles, sobre a identidade afro-americana retratada no filme.

Incluído na lista de melhores filmes de 2020 do antigo presidente dos Estados Unidos Barack Obama, "Soul" conta a história de Joe Gardner, um professor de música numa escola preparatória em Nova Iorque, cujo sonho é ser um pianista de jazz profissional.

"Senti que esta era uma oportunidade maravilhosa de fazer algo de que a minha família tivesse orgulho e em simultâneo fosse algo que toda a gente pode apreciar, mostrando como a experiência afro-americana e a nossa humanidade são tão universais como as de quaisquer outros", acrescentou o co-realizador.

A atriz e cantora Angela Bassett, que dá voz à estrela Dorothea Williams, frisou a importância da representação de diversidade no formato animado, algo que tem sido raro até agora.

"Isto tem muito significado", afirmou. "É excelente começarmos cedo com a ideia de que a humanidade é vasta e diversa".

A produtora Dana Murray explicou que a Pixar trabalhou com uma equipa de consultores, como a antropóloga Johnetta Cole e o músico Questlove, para garantir a autenticidade dos personagens e da cultura representada.

A história de Joe Gardner, que parece ir numa certa direção, muda por completo quando um incidente o atira para um lugar fantástico conhecido como "O Grande Antes", o sítio onde as almas novas ganham as suas características antes de descerem à Terra para nascerem numa pessoa.

Tina Fey interpreta uma dessas almas, chamada 22, que tem dificuldade em encontrar a faísca que apaixona a alma de cada ser humano.

"O filme leva as pessoas a refletirem nestes tópicos, e uma coisa interessante que faz é levar-nos para lá da ideia de encontrarmos aquilo que nos apaixona na vida", disse Tina Fey. "Também abre a ideia de que uma paixão assolapada pode consumir a nossa vida. Isso significa que estar presente é tão importante como conquistar o que queremos".

O produtor executivo Pete Docter, que escreveu o argumento com Kemp Powers e Mike Jones, explicou que uma das intenções do filme é fazer refletir no valor intrínseco de cada um.

"Muitos de nós crescemos com a ideia de que temos de conquistar a nossa dignidade", afirmou. "Um dos objetivos do filme é dizer que só por estarmos vivos, somos valorizados. Já somos o suficiente. Todos nós merecemos aproveitar o que a vida tem para oferecer".

Esta ideia subjacente tornou-se mais importante por causa da pandemia de covid-19, que modificou os planos de distribuição da Disney Pixar mas também deu novo contexto aos temas existenciais retratados.

"É um momento tão incrivelmente estranho pelo que estamos a passar", disse Jamie Foxx. "Tem mesmo de acontecer algo bom, e penso que isto é algo ótimo. Penso que, quando as pessoas virem, será incrível".

Tina Fey também abordou o tema: "Todos estamos a avaliar o que significa ter tido um bom ano" em 2020 e a repensar o que é ter sucesso. "Agora, significa muitas vezes encontrar pequenas alegrias e estar presente com as pessoas que amamos", disse a atriz.

Apesar de ter a estética de animação característica da Pixar, "Soul" introduz códigos visuais que não são habituais no estúdio, em particular com os conselheiros Jerry do "Grande Antes", que são linhas a duas dimensões.

De acordo com Pete Docter, a inspiração para eles e para os cenários fantásticos de onde as almas proveem foi retirada de Exposições Mundiais dos anos 40 a 60, com muitas formas abstratas.

"Isto parece que foi o destino", disse Kemp Powers. "O filme devia ter saído em junho. Agora parece o filme perfeito para as festas, aquilo que queremos ver no dia de Natal depois de um ano muito difícil".

'Soul', disse Phylicia Rashad, não mudou a sua perspetiva sobre a vida, mas reafirmou-a. "Sempre quis que os meus filhos entendessem que a vida é um contínuo, que não começa aqui e acaba ali", afirmou a atriz. "Entender isso é incorporar uma espécie de ausência de medo e também de aceitação".

'Soul' estreia no serviço de 'streaming' Disney+ a 25 de dezembro.

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